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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Setor em crise

Caminhoneiros vão a Brasília pedir tabela mínima do frete; rodovias podem ser ‘fechadas’

Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar

Caminhoneiros vão a Brasília pedir tabela mínima do frete; rodovias podem ser ‘fechadas’
Caminhoneiros de Mato Grosso e demais estados se organizam para rumar a Brasília (DF) na próxima semana em busca da aprovação em caráter de urgência do Projeto de Lei nº 528/2015 que prevê a criação de uma tabela mínima para o frete do transporte de cargas. Outro ponto a ser reivindicado na capital federal é a obrigatoriedade da aplicação da tabela. O movimento pode se estender para as principais cidades brasileiras.

O “protesto” em Brasília será realizado nos dias 29 e 30 de novembro e é organizado pela União do Transporte Rodoviário de Cargas, um movimento independente do setor. E, segundo a organização, é solicitado para que a categoria, frotista e autônomos, se mobilizem em suas cidades em forma de apoio com o “fechamento” das rodovias nos dois dias entre às 07h e 11h e das 13h às 17h.

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O setor do transporte de cargas, principalmente de grãos, vem passando por uma crise há três anos aproximadamente, tendo o “enterro do segmento” com a quebra da safra 2015/2016, onde somente entre soja e milho foram quase 9 milhões de toneladas a menos produzidas e transportadas e fretes baixos, chegando a média R$ 80 a tonelada em caso de distâncias curtas como Sorriso a Rondonópolis e média de R$ 170 trechos longos como Diamantino ao Porto de Santos.

“A comissão organizadora do movimento da União do Transporte Rodoviário de Carga conclama o setor do transporte para ir à Brasília, bem como apoio daqueles que não podem ir. A Polícia Rodoviária Federal será comunicada sobre o nosso movimento, e no caso de Mato Grosso a Concessionária Rota do Oeste também. É um ato em prol do PL 528/2015 que prevê a criação da tabela mínima para o frete. Queremos que esse projeto tramite em caráter de urgência e caráter obrigatório a sua aplicação”, comentou ao Agro Olhar um dos membros da União do Transporte de Cargas, Gilson Baitaca, que estará em Brasília na próxima semana.

Ainda não há uma previsão de quantos caminhoneiros devem rumar para a capital federal e nem confirmação quanto ao fechamento de rodovias em Mato Grosso e pelo Brasil. Baitaca salienta que em caso de fechamento das rodovias os caminhões não deverão ficar em cima da pista e sim no acostamento, ficando apenas os caminhoneiros manifestando sob o asfalto.

Crise

Em 2015, como acompanhado pelo Agro Olhar, os caminhoneiros em Mato Grosso chegaram entre os meses de fevereiro e março a bloquear as principais rotas de escoamento da produção de grãos. Em todo o país foram realizados manifestos em prol de melhores condições de trabalho e um frete que cubra os custos de produção.

Nos últimos anos o setor viu o preço do óleo diesel disparar, além de custos com manutenção do veículos, como pneus e oficinas, encargos e tributos. Somente em 2015 a Petrobras anunciou ao menos cinco reajustes de preço do litro do óleo diesel. Nas distribuidoras a alta chegou a cerca de 14,17% naquele ano.

De acordo com série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço do óleo diesel nas bombas para os consumidores entre outubro de 2013 e 2016 disparou em torno de R$ 28,6%. Em outubro de 2013 o preço médio pago pelo litro nos postos era de R$ 2,58 em Mato Grosso, enquanto em outubro de 2016 o valor ficou em R$ 3,32 em média. Em janeiro deste ano o litro era visto em média a R$ 3,26.
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