A abertura de novos mercados, como é o caso dos Estados Unidos e da Malásia, não deverá provocar “apagão” de bovinos em Mato Grosso e no Brasil. A afirmação é da Associação os Criadores de Mato Grosso (Acrimat). A perspectiva é que haja um estímulo para o aumento da produção, principalmente através de semi-confinamento e confinamento.
“Nós não enxergamos que a importação por parte dos outros países vai concorrer ou vai promover um apagão da carne. Muito pelo contrario, nós vamos ter é um aumento dos preços pagos aos produtores e com isso estimula a produção”, pontua o superintendente da Acrimat, Francisco Manzi, ao
Agro Olhar.
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Mato Grosso é detentor do maior rebanho bovino brasileiro com em torno de 29,5 milhões de cabeças e um abate anual que varia de 4,5 milhões de cabeças a 5,5 milhões.
A abertura de novos mercados para a carne bovina brasileira, em especial a mato-grossense, é vista com bons olhos pelos pecuaristas e um estimulo para a produção. Segundo o setor, novos mercados abrindo suas portas significa reconhecimento pelo trabalho realizado pelo produtor na busca de qualidade e principalmente pela sanidade animal, atendendo todas as exigências sanitárias.
Os Estados Unidos, tanto para pecuaristas quanto para a indústria frigorífica, significa uma ISO para a cadeia produtiva. Considerado um mercado exigente e difícil (negociação), os Estados Unidos é tido como uma porta para novos clientes.
Francisco Manzi, superintendente da Acrimat. (Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto)
"Nós acreditamos que tendo uma maior demanda haverá um maior estimulo para que nós pecuaristas ofertemos animais. Temos capacidade de produzir hoje com intensificação, com semi-confinamento e confinamento. Com o grande rebanho que nós temos, há sim condições de atender tanto ao mercado interno quanto o externo", comenta Manzi.
Do volume abatido ao longo do ano, 75% da carne produzida em Mato Grosso fica no mercado interno. Os demais 25% seguem para mercados como da União Europeia, do Oriente Médio, China, Rússia, Venezuela, entre outros.
"Com a intensificação você pode facilmente dobrar a produção com o semi-confinamento e confinamento. Você tendo um preço mais atrativo a conta começa a fechar e aí um animal que é pasto que demoraria três anos para ir ao abate mais ou menos, no confinamento dali um ano a mesmo ele estaria pronto para o abate”, friza Manzi.
Indústria otimista
A indústria frigorífica, assim como os pecuaristas, apresentam otimismo com a abertura de novos mercados. "São mais alternativas", observa o diretor Presidente da Marfrig Global Foods, Martin Secco, em entrevista exclusiva ao
Agro Olhar.
Diretor Presidente da Marfrig Global Foods, Martin Secco. (Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar)
Conforme diretor Presidente da Marfrig Global Foods, mais opções de mercados para exportação pode auxiliar a minimizar o decréscimo de embarques por parte de alguns países que passam por problemas de inconformidades e/ou econômicos, como é o caso da Venezuela ou da Rússia, que mesmo tendo liberado os embarques após suspensão de aproximadamente quatro anos devido a “inconformidades sanitárias”, segue apresentando baixa aquisição.