Muito temos comentado sobre o comprometimento do trigo nacional para as exportações, alguns falavam em mais de 1 milhão de toneladas, outros cravavam 800 mil toneladas e os mais cautelosos 600 mil toneladas. Vieram os meses de setembro e outubro, levando com eles os valores de falling number, peso por hectolitro e força de glúten do trigo gaúcho, assim como parte dos contratos de exportação anteriormente firmados. No entanto dados consolidados do início do ano safra já mostram 100 mil toneladas exportadas mesmo sem auxílio do governo e incrementos da oferta gaúcha.

Dados do SECEX/MDIC mostram exportações acumuladas de agosto a outubro em 100.901 mil toneladas. Isso sem auxílios via do governo via leilões de PEP. Para se ter idéia no ano anterior este volume nos três primeiros meses do ano safra era de apenas 1000 toneladas. O valor FOB médio mostra que o produto exportado não apresenta qualidade de moagem, com valor em US$ 287/ton. Preços FOB janeiro/13 para o trigo de moagem brasileiro (brando) tem pedida US$ 340/ton sem tomadores.

Observando-se os estados de origem temos Rio Grande do Sul com 90 mil toneladas e Paraná com as 10 mil toneladas restantes. Quanto aos destinos, trigo nacional mostra-se competitivo no continente africano do norte ao Sul com entregas à Mauritânia, Nigéria, África do Sul e Djibuti.

Preços FOB de milho a US$ 290/ton e excedente de trigo para alimentação animal deve fomentar este tipo de exportação nos próximos meses. Exportações nacionais encontram-se estimadas em 1,1 milhão de toneladas segundo a CONAB para o ano-safra atual.