O governador do Acre, Tião Viana, se reuniu no final da tarde desta segunda, dia 3, com empresários atacadistas do Estado para traçar estratégias alternativas para que o abastecimento não seja comprometido com a cheia do rio Madeira. Na BR-364, que liga Rondônia ao Acre, veículos grandes ainda conseguem trafegar. A rodovia está sendo monitorada constantemente pela Polícia Rodoviária Federal e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e chegou a ser interditada na última quinta, dia 27.

Entre as ações está prevista uma parceria com o Exército, que usará caminhões com altura de 1,5m para transporte de produtos, principalmente não perecíveis. Para o transporte de hortifrutigranjeiro, o governo vai pedir apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar os produtor direto de Porto Velho (RO) para o Acre. Ao todo, 300 toneladas de alimentos perecíveis aguardam transporte.

A situação do gás de cozinha foi normalizada, duas distribuidoras responsáveis pelo fornecimento conseguiram um novo carregamento no último fim de semana, mantendo, assim, os estoques em dia. Os empresários pedem tranquilidade à população, que não se apavore dando margens a boatos e causem uma corrida desnecessária para estoque de produtos.

Madeira continua subindo

O nível do Rio Madeira, que corta Porto Velho, em Rondônia, continua subindo e nesta terça, dia 4, registrou 18,73 metros. Na última grande enchente na região, em 1997, o rio atingiu 17,52 metros. Segundo o tenente-coronel Denargli da Costa Farias, do Corpo de Bombeiros de Rondônia, ainda há previsão de chuvas fortes na Bolívia, o que influencia diretamente o nível do rio. A Defesa Civil já está preparada caso seja preciso remover mais famílias de suas casas.

Atualmente, 2.041 famílias atingidas pela cheia do Madeira estão em 43 abrigos de Porto Velho e em outros distritos. Em São Carlos e Nazaré, todas as famílias precisaram deixar suas casas. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil enviou para Rondônia 500 barracas com capacidade para até dez pessoas, que serão instaladas na região do médio e baixo Madeira, segundo o coronel Farias.

O rio Acre está em vazante, mas nenhuma operação de retorno das famílias às suas casas está prevista no momento. Atualmente, o Parque de Exposições de Rio Branco (AC) abriga 1.290 pessoas.