O preço do frete está aumentando gradativamente em Mato Grosso, segundo fontes do agronegócio, acompanhando a evolução da colheita de soja no Estado – que ultrapassou o índice de 10% na última semana.

A escalada nos preços, apesar de ainda estar sendo calculada, já é sentida no bolso do produtor rural. Para escoar a oleaginosa de Sorriso (412 km de Cuiabá) até o Porto de Paranaguá (PR), paga-se, atualmente, R$ 240 por tonelada, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – aumento de 4.35% na última semana.

Levantamento da consultoria Informa Economics FNP registrou aumento bem maior entre Rondonópolis e o Porto de Santos (SP), na casa dos 27%, no mês de janeiro. Na avaliação do analista da FNP Aedson Pereira, as empresas compradoras já incluíram os patamares mais altos dos fretes nas negociações antecipadas de soja. "Não foi surpresa, porque já tinha havido um cenário muito complicado em 2013. Já estava tudo precificado", disse, à Reuters.

Produtores antecipam contratação de caminhões com receio de faltar na colheita
Preço de frete registra aumento de 50% este ano em Mato Grosso

Os produtores mato-grossenses e as empresas de transportes já esperam o aumento, devido ao novo recorde de safra de soja que sairá das lavouras do Estado neste ciclo 2013/14. "Vai aumentar o frete, porque com o avanço da colheita vai faltar caminhão", disse Julio Cesar Braz Martins, gerente de uma transportadora de Sapezal (480 km a Oeste da capital).

O gerente de transportadora Sílvio Lima de Souza já previa a falta de caminhões e o consequente aumento de preços no frete. Ele disse, ao Agroolhar, que na safra passada já houve problema com transporte da lavoura até os armazéns. “Os agricultores não querem ficar dependendo de poucos caminhões para retirar os grãos. Então as contratações realmente foram antecipadas, fazendo o preço subir”, comentou.

Segundo o Imea, Mato Grosso deve colher cerca de 26 milhões de toneladas da oleaginosa nesta safra. Caso se confirme, o montante será 8.5% maior que o resultado da safra anterior, quando foram 23.660 mi/t. O crescimento da produção está baseado no aumento da área plantada, que ampliou em 4.8% e foi a 8.2 milhões de hectares, fomentado pela expectativa de aumento médio da produtividade, que deve sair de 50 sacas por hectare, para 52.