Olhar Agro & Negócios

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Geral

Agricultores querem suspensão de leilões de arroz da Conab

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Federação da Agricultura e Pecuária do RS (Farsul) pediram, ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, a suspensão dos leilões de arroz dos estoques públicos, promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um dos principais é de 100 mil toneladas no próximo dia 3 de janeiro.

“O anúncio afetou brutalmente os preços aos produtores, com impacto psicológico negativo nas cotações”, declarou Renato Rocha, presidente da Federarroz. Ele lembra que a oferta de volumes exagerados do grão dos estoques reguladores pela Conab - apesar de inúmeros alertas sobre os riscos que representam - em pleno momento em que o governo federal cria um mecanismo de renegociação de dívidas dos arrozeiros, afetará os patamares iniciais de comercialização da safra 2012/13 e a renda dos produtores.

“Isso é claro na medida em que há baixa procura nos leilões da Conab e o indicador Esalq-Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&F-Bovespa aponta queda contínua nos preços do arroz em casca há mais de 80 dias, acumulando 1,4% de queda em outubro, 3,2% em novembro e 4,77% até 18 de dezembro”, diz o dirigente. Segundo ele, a pressão agressiva de oferta da Conab é responsável direta pela queda de preços em plena entressafra. “Isso apesar da Câmara Setorial ter pedido ao ministro a suspensão dos leilões”, argumenta. E alerta: “Essa queda não reflete no combate à inflação, pois enquanto os preços baixaram 1,55% ao agricultor na última semana de novembro, subiram 10,69% ao consumidor”, declarou. 

A Federarroz apontou ao ministro que o setor está abastecido pela oferta interna, as importações e estoques privados. Enfatiza a redução dos negócios e demanda pelo produto no período de final de ano e férias, o que descarta a necessidade de o governo ofertar grão ou antecipar tanto o anúncio do próximo leilão. “Há dificuldade de o produtor assimilar a razão de o governo impor a realização dos leilões, cujas vendas são pífias e trazem prejuízos ao setor”, afirma Renato Rocha.

“É uma medida que, em curto prazo, levará a cadeia produtiva à nova crise e busca de apoio no governo para a comercialização, visando recuperar preços. Não é lógica a maneira com que o governo, especificamente a Conab, age: pondo a perder o trabalho desenvolvido desde 2011 pela recuperação dos preços acima do custo de produção”, acrescenta.

Segundo as entidades enfatizaram ao ministro Mendes Ribeiro Filho, se mantida em 2013 a mesma política de leilões de 2012, é grande o risco de um início de safra com comercialização abaixo do preço mínimo oficial e, sob esta situação, a necessidade de aporte de recursos para mecanismos governamentais.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet