A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, determinou a instalação de uma comissão composta por representantes do setor produtivo e do Congresso Nacional para discutir a proibição da pulverização aérea de defensivos agrícolas e encontrar uma solução alternativa aos produtos restritos pela portaria do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis). A primeira reunião for marcada para segunda-feira (17.12).

Do setor produtivo, participarão Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e a Associação dos Produtores de Algodão (Abrapa). A ministra admitiu ser necessário um período de transição e adequação da medida em respeito ao ciclo de planejamento da produção.

Para o deputado federal Homero Pereira, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, a decisão da ministra é estadista. “O efeito da medida desestruturaria toda a cadeia produtiva do país. A ministra mostrou-se nacionalista ao entender o tamanho do problema que repercutiria em todo Brasil”, observou o parlamentar.

A partir desta segunda-feira, técnicos, políticos, entidades e governo federal buscarão definitivamente uma solução para o impasse. Gleisi afirmou que espera chegar a um entendimento antes do Natal.

De acordo com o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na próxima semana deverá ser publicada uma nova portaria com alterações que – após cobrança do setor produtivo – vem sendo discutidas internamente e visam minimizar os impactos da medida. Dados revelam que os prejuízos pela não aplicação aérea destes que são os principais inseticidas poderiam chegar, somente nesta safra, a até R$ 6 bilhões.

Participaram da audiência os deputados federais Valtenir Pereira (PSB/MT), Wellington Fagundes (PR/MT), os vice-presidentes da FPA deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP/RS) e senador Waldir Moka (PMDB/MS), e os membros deputados Oziel Oliveira (PDT/BA), Valdir Colatto (PMDB-SC) entre outros.