No artigo anterior começamos a aprofundar nos sistemas estratégicos que compõem o “nível superior” dos sistemas de gestão e geram todos os desdobramentos para a tática e operação entregar os resultados que garantirão a sobrevivência e crescimento das empresas.
Porém, o conteúdo anterior apenas abordou os aspectos iniciais de um processo de definição da estratégia, limitando-se a definição de missão e visão e um processo de planejamento estratégico que de fato auxilie a empresa é mais abrangente do que isso.
Antes de entrarmos no mérito de quais artefatos podem ser usados para concepção mais detalhada da estratégia, é importante ressaltar que não necessariamente um processo de amadurecimento da gestão inicia pelo plano estratégico, uma vez que para ele ser entregue é necessário que os níveis operacionais e táticos estejam amadurecidos.
Portanto, líderes de empresas com baixo nível de maturidade operacional e tática devem na maioria das vezes focar em DECISÕES ESTRATÉGICAS para amadurecimento dos sistemas de gestão da rotina, diretrizes e projetos para posteriormente aprofundar de fato em um plano estratégico mais detalhado que gerará resultados no médio e longo prazo.
Tendo isso em mente, vamos abordar sucintamente alguns artefatos que podem ser usados para conceber e aprimorar continuamente a visão das estratégias organizacionais.
CADEIA DE VALOR
A cadeia de valor é uma ferramenta de gestão criada por Michael Porter que demonstra como os processos se integram para gerar valor direta ou indiretamente para os clientes.
Ao visualiza-la, a empresa terá uma visão em alto nível dos processos:
- Principais: que produzem e vendem um produto ou serviço adquirido pelos clientes da empresa
- De apoio: que auxiliam os processos principais a entregar valor para o cliente.
Veja abaixo um exemplo de cadeia de valor:
Visualizar a cadeia de valor na concepção estratégica é importante pois além de gerar valiosíssimos insights sobre quais processos demandam melhorias prioritárias, permitirá desdobramentos para análises de desempenho e definições de objetivos posteriores com a análise SWOT e balanced scorecard.
ANÁLISE SWOT
A análise swot é uma das ferramentas de gestão mais democratizadas no contexto atual de gestão das empresas. Porém, ainda é frequentemente mal utilizada, pois na maioria das vezes é apenas um artefato de consolidação de brainstorming que acaba não servindo para muita coisa posteriormente por não conter conteúdo prioritário.
Expor a matriz SWOT em uma sala com várias lideranças da empresa registrando nos quadrantes visões distintas dos profissionais sobre forças, fraquezas, oportunidades e ameaças é de fato necessário. Porém, se feito da maneira errada, não ajudará a definição clara do que deve ser feito naquele momento pois é prioridade.
Sessões de brainstorming que apenas usam a análise SWOT tem um grande potencial de criar excesso de informação que irá mais desnortear a equipe do que ajudá-la a executar o que é prioritário.
Por isso, é recomendado que a análise SWOT seja feita olhando para os processos da cadeia de valor da empresa que são mais críticos e demandam melhorias prioritárias. Dessa forma, estará sendo consolidada uma gestão mais madura pois será estruturada por processos e não mais por funções, ao mesmo tempo que indica quais projetos de estruturação de processos devem ser selecionados para aprimorar a entrega de resultados DO VALOR que a empresa precisa gerar para os clientes no horizonte de visão que a estratégia será executada.
No próximo artigo finalizaremos o conteúdo sobre gestão da estratégia empresarial abordando Balanced Scorecard e técnicas de monitoramento e controle do desempenho global. Não perca!
*Agustinho Risso é graduado em Engenharia de Produção, especialista em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Ele é Sócio fundador da Paladynus Gestão e Consultoria Empresarial, Professor Titular da Graduação, Pesquisa e Extensão do Curso de Engenharia de Produção do UNIVAG. Tem experiência na área de gestão da produção de serviços complexos, com ênfase em gerenciamento de projetos de transformação de processos, custeio por absorção, implantação de ERP, gestão da rotina, planejamento estratégico e desdobramento de metas e operações de controladoria.
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