A compreensão de como uma empresa gera valor foi consolidada por Michael Porter na década de oitenta pelo artefato de gestão chamado “Cadeia de valor”. Trata-se de um artefato importante por diversos aspectos que trataremos nesse conteúdo. Porém, antes de tratarmos sobre o artefato em si, vamos refletir sobre o que é mais fundamental nisso: A razão da existência das empresas.
Leia também:
Estruturação de Escritórios de Engenharia e Arquitetura – Parte 2 de 2
Para entendermos o que é uma Cadeia de Valor, é importante relembrarmos conceitualmente o que justifica a existência das empresas.
Intuitivamente a maioria das pessoas pode acreditar que uma empresa existe para gerar lucro. Apesar de ser essa a justificativa para a maior parte dos donos de empresa iniciarem suas atividades, se concluirmos que o lucro é a finalidade das empresas, corremos o risco de confundir o efeito com a causa.
O lucro empresarial é apenas o efeito de uma causa mais abrangente do escopo de uma empresa. A existência de uma empresa tem por objetivo gerar valor para outras empresas (B2B) ou pessoas (B2C) e o lucro é uma consequência disso, variando de acordo com o desempenho de gestão da empresa.
Partindo desse princípio entendemos que:
1. Empresas existem para gerar VALOR
2. Independente da complexidade empresarial, esse valor sempre é gerado por uma sequência de atividades humanas ou robóticas
3. Sequências de atividades que geram valor é a definição de processos
4. Os processos empresariais possuem conexões diretas ou indiretas formando elos que configuram uma cadeiaPortanto, a Cadeia de Valor é o conjunto de processos que geram valor para o cliente externo (que paga pelo resultado dos processos) e interno (que recebe benefícios da existência de processos internos) e cria como consequência uma margem financeira positiva ou negativa de acordo com a diferença entre receita e despesa.
Entender a definição de Cadeia de Valor antes de visualizá-la facilita a compreensão das conexões diretas e indiretas dos processos. Assim podemos refletir como cada um deles contribui para a geração de margem, demandam priorização de recursos, iniciativas de otimização ou até criação de novos processos.
Ter consciência de como a empresa agrega valor para seus clientes internos e externos através da Cadeia de Valor, também contribuirá para que as decisões que visam manter o desempenho, sejam orientadas para a criação de rotinas padronizadas de processos, enquanto que as que visam melhorar o desempenho, contem com a implantação projetos de otimização de processos.
Dessa forma, é possível direcionar a visão das pessoas a um olhar mais crítico dos processos em todos os níveis, desde a Cadeia de Valor em si, que representa os macro processos, passando pelo fluxograma de processos até os sistemas usados para a execução e procedimentos das atividades que demandam atuação humana ou robótica.
Abaixo temos a visão de uma cadeia de valor de um escritório de contabilidade que servirá como ponto de partida para a implantação de um sistema de gestão da qualidade ISO 9001 que abrange dentre os vários requisitos, os relacionados à visão dos macro e micro processos da empresa conectados à estratégia.
Agustinho Risso é graduado em Engenharia de Produção, especialista em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Diretor de Projetos da Paladynus Gestão e Consultoria Empresarial, Consultor de Metodologia e Processos da Trentim Gestão e Tecnologia, Professor Titular do Curso de Engenharia de Produção do UNIVAG. Tem experiência na área de gestão da produção de serviços complexos, com ênfase em gerenciamento de projetos de transformação de processos, custeio por absorção, implantação de ERP, gestão da rotina, planejamento estratégico e desdobramento de metas e operações de controladoria.
Para saber mais sobre como a Paladynus GCE pode contribuir com sua empresa, acesse www.paladynus.com