Uma eventual moratória do governo de Cristina Kirchner poderia afetar as exportações brasileiras para a Argentina, principalmente as de bens industrializados, alertou ontem o ex-ministro da Economia Marcílio Marques Moreira.
Em 1987, quando o ex-presidente José Sarney decretou moratória dos juros da dívida externa por prazo indeterminado, lançando o país num cenário de incertezas, Marcílio era o embaixador brasileiro nos Estados Unidos — o mais atingido pelo calote.
Ex-ministro no governo de Fernando Collor, Marcílio avalia que o risco de moratória argentina é real, porque Cristina Kirchner vem usando os fundos de reserva para cobrir os rombos no Tesouro Nacional. O economista acha que o virtual calote não atingiria a imagem do Brasil. Poderia ter impacto sobre os ativos brasileiros no Exterior, mas de forma leve.
No entanto, uma possível moratória argentina — a segunda em 10 anos — prejudicaria as exportações brasileiras. Apesar das restrições levantadas nos últimos meses, a Argentina continua sendo parceira de peso nos negócios bilaterais.
— Uma moratória argentina, se houver, deixará certas marcas — alerta.
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