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Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Economia

Meio-Oeste catarinense coloca suas fichas na plantação de morango

Para incrementar a renda nas pequenas propriedades, as famílias de agricultores estão investindo na produção de morangos em Pinheiro Preto, na região Meio-Oeste. A cidade, tradicionalmente conhecida pela fabricação de vinhos, se rendeu ao pequeno fruto vermelho e hoje colhe cerca de 600 toneladas de morango por ano.

O número é suficiente para abastecer a demanda da região e bastante expressivo quando comparado às estatísticas de Rancho Queimado, que é a cidade com a maior produção de morangos em Santa Catarina.

A capital do morango no Estado, na Grande Florianópolis, e onde está sendo promovida a festa da fruta, colhe cerca de 2 mil toneladas por ano. Embora a cultura seja recente, Pinheiro Preto já atingiu 30% da marca recorde de Rancho Queimado.

A aposta no Meio-Oeste deu tão certo que os frutos produzidos no município já são comercializados em diversas cidades de SC e em outros estados. Para tentar se diferenciar no mercado, o morango local é cultivado com número reduzido de insumos, graças ao clima favorável e a rotação anual de solo para o plantio.

Conforme Leandro Crestani, extensionista da Epagri, a cultura do morango surgiu como uma alternativa rentável à fruticultura, que já é bastante difundida em Pinheiro Preto, principalmente pela produção de uvas e pêssegos. O morango é um artifício para a diversificação das propriedades voltadas à agricultura.

— A produção já é bastante significativa. Os agricultores aproveitaram os conhecimentos com a fruticultura para investir nos cuidados com o morango, que estão garantindo renda maior às famílias — explica.

Amoras e framboesas ganham terreno

Na propriedade da família Panceri, três irmãs cuidam do cultivo, da embalagem e da venda de 40 toneladas de morango por ano. A cultura substituiu a plantação de pêssegos, que estava sendo pouco rentável.

Conforme Zanete Panceri, a responsável pelo cultivo, a produção é delicada e exige colheita diária entre os meses de outubro e fevereiro. Segundo ela, o investimento é de pelo menos R$ 60 mil por hectare, divididos entre mudas, insumos, lonas e sistema de irrigação.

— É um cultivo mais trabalhoso do que outras frutas, mas tem uma rentabilidade melhor. Hoje, conseguimos ganhar cerca de R$ 1,50 por cumbuca de 300 gramas — revela.

O preço pago aos produtores ainda está muito distante do valor exigido dos consumidores. Nos supermercados de Joaçaba, por exemplo, a mesma cumbuca chega a custar R$ 4.

Além dos morangos, amoras e framboesas também estão sendo cultivadas em Pinheiro Preto. Na propriedade de Dilva Orçatto, há uma plantação que integra um projeto piloto da Epagri que está dando certo.

Ela diz que as frutas se adaptaram muito bem ao solo e ao clima local.

— Substituímos o parreiral pela plantação de amoras e framboesas, há dois anos. O lucro é interessante e o cultivo se mostra muito viável.

Dilva colhe as frutas todas as manhãs e também faz geleias, sucos e tortas para conseguir mais renda.
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