A União Europeia apontou falhas na produção de carne brasileira e ameaça suspender as importações caso nada seja feito. Conforme carta enviada ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, afirma que o Brasil não tem tomado medidas para retomar a confiança do bloco após a operação Carne Fraca. Relatório realizado em visita feita após a ação da Polícia Federal encontrou mais de 100 focos de contaminação.
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O documento enviado ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é assinado pelo comissário de Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis.
Na carta, a União Europeia afirma ter identificado "uma série de deficiências" após missão técnica no Brasil realizada na primeira quinzena de maio, principalmente na preparação dos produtos de carne de cavalo e aves.
A visita ocorreu dois meses após o escândalo da operação Carne Fraca, cujo foco era o desvio de conduta de alguns servidores.
De acordo com o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, a carta enviada causou “estranheza” para a pasta, pois a mesma “traz comentários adicionais que já haviam sido apresentados no relatório de inspeção da Missão Técnica Europeia, que esteve no Brasil de 02 a 12 de maio”.
Ainda segundo Novacki, o Ministério irá “rebater pontualmente” o questionamento da União Europeia de que “providencias não foram tomadas”.
“O relatório de inspeção técnica está sendo respondido. Nós estamos apresentando um plano de ação. Houve uma série de dúvidas e questionamentos e nós vamos responder com total transparência. Não podemos aceitar que sob o pretexto de uma Operação Policial, cujo foco era o desvio de conduta de alguns servidores, o Sistema de Inspeção Federal seja colocado em cheque”, declara Novacki.
Novacki, que está no comando do Ministério da Agricultura, enquanto o ministro Blairo Maggi encontra-se em missão na China, lembra que o Brasil exporta seus produtos para mais de 150 países e que tais países compradores enviam missões técnicas para conferir o sistema federal brasileiro antes de liberar os embarques.
“Nós entendemos as apreensões que existem na comunidade europeia, pressões por mercado partindo do bloco europeu que também são produtores concorrentes diretos do Brasil. Nós entendemos tudo isso, mas nós não podemos aceitar por qualquer razão que seja que o nosso sistema seja colocado em cheque”, afirma.