As bactérias Salmonella e Estafilococus Coagulas Positiva foram localizados em 8 das 302 amostras de carne e embutidos recolhidos nos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca. O anuncio foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, na manhã desta quinta-feira, 06 de abril. Segundo o Ministério, registros de Selo de Inspeção Federal (SIF) foram cancelados e auditorias são estendidas para mais estados.
Novacki informou ainda, durante a apresentação dos resultados da fiscalização nos 21 frigoríficos, que foram encontradas 31 amostras com irregularidades "de ordem econômica", como excesso de água em carne de frango, e ácido sórbico, conservante proibido em linguiças e salsichas.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura revelou que das oito amostras reprovadas em sete foram encontradas bactérias de salmonella e uma de estafilococos.
As amostras com salmonella foram encontrados em hambúrgueres produzido pelo frigorífico Transmeat (SIF 4644), dono da marca Novilho Nobre, do Paraná. Tal linha de produção da empresa, pontua Novacki, foi fechada e os lotes do produto recolhidos no dia 23 de março. Ainda conforme o secretário-executivo, os produtos serão obrigatoriamente descartados e destruídos, sob supervisão de técnicos do Mapa.
Já a bactéria Estafilococus Coagulas Positiva foi constatada na linguiça cozida produzida pelo Frigorífico FrigoSantos (SIF 2021). “Esta análise só ficou pronta hoje pela manhã, sendo determinado o recolhimento preventivo da linguiça e interdição desta linha de produção”, diz Novacki.
Todas as amostras foram enviadas para análise nos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) do Ministério.
Registros cassados
De acordo com Novacki, o Ministério deu início ao procedimento de cancelamento do SIF dos frigoríficos Peccin (SIFs 825 e 2155) e do Central de Carnes (SIF 3796).“Outros frigoríficos também poderão ter o registro cassado, na medida em que nossas auditorias avancem. Todos os que erraram terão de pagar pelo erro. Não importa se são grandes ou pequenas empresas”.
Novacki ressaltou que por orientação do ministro Blairo Maggi e pela força-tarefa de fiscalização nos 21 frigoríficos citados na Operação Carne Fraca da Polícia Federal ter encerrado antes das três semanas previstas o Ministério antecipou o calendários de auditorias nos demais estados brasileiros.
Segundo o secretário, ações são realizadas em unidades fabris em Pernambuco, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Noavcki explicou que as equipes de fiscalização nesses estados terão rodízio com troca de posições e até possíveis substituições de superintendentes.
"Queremos que essas auditorias nos deem a situação real de como estão funcionando os serviços de inspeção em cada estado. Todos os resultados serão divulgados e compartilhados com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. “Também por determinação do ministro Blairo Maggi, todos os indícios de crime, seja contra a saúde pública ou de ordem econômica, serão encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal para devidas providências. Nós do Mapa estamos limitados à esfera administrativa, cabendo à Justiça e à Polícia Federal, investigar, prender, processar e condenar”, disse Novacki.
Missão para retomar mercado
Recentemente o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) fechou o cronograma de viagens do ministro Blairo Maggi (PP) e do secretário executivo da pasta, Eumar Novacki, que trabalham para reverter a crise que o mercado da carne enfrenta desde a deflagração da operação Carne Fraca da Polícia Federal.
Em abril, Novacki passará 10 dias percorrendo Irã, Egito e Argélia, na tentativa de garantir a entrada do produto nacional naqueles países. A missão vai do dia 17 a 27 deste mês.
Já o trabalho de convencimento de Maggi sobre a qualidade da carne brasileira fora do país começa no dia 06 de maio e se estende até o dia 27. O ministro irá percorrer China, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e vários países da Europa.
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