A suspensão dos abates em frigoríficos da JBS em Mato Grosso por três dias preocupa o Governo do Estado. O temor do Poder Executivo mato-grossense é quanto a um possível prolongamento da paralisação das atividades na indústria caso os embargos às exportações de carnes brasileiras não sejam retirados, o que pode ocasionar demissões e fechamento de unidades.
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A JBS suspendeu por três dias a produção de carne bovina em 33 unidades das 36 que a empresa possui no Brasil. Somente em Mato Grosso são 11 unidades, das quais apenas uma segue com atividades normais de abate, como o
Agro Olhar comentou recentemente. A medida, segundo a multinacional, visa ajustar a produção até que se tenha uma definição quanto às embargos sofridos pelo país desde segunda-feira, 20 de março, após a deflagração da operação "Carne Fraca".
A princípio, conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, os impactos na cadeia produtiva e na economia do Estado são pequenos perante três dias de suspensão das atividades nas 10 unidades da JBS. Entretanto, em entrevista ao
Agro Olhar o secretário pontua que caso haja um prolongamento dessa suspensão dos abates e produção os impactos poderão ser grandes.
“A JBS indicou que não haverá demissões. Mas, se agravar a questão de embargos podemos ter o fechamento de unidades e demissões podem ocorrer. Aparentemente essa suspensão de três dias é para ajustar estoque, até porque as suas vendas seguem no mercado interno”, pontua Tomczyk.
O secretário afirma que o Governo de Mato Grosso trabalha “preocupado” e “vigilante” diante toda a situação provocada na cadeia produtiva de carne no país diante a Operação Carne Fraca. “Apesar de Mato Grosso não ter nenhuma investigação, estamos avaliando a situação e ciente dos impactos e riscos que pode nos trazer. Estamos trabalhando para conscientizar o consumo”.
Em nota enviada na quinta-feira, 23 de março, a JBS revelou que as três unidades que operam normalmente no Brasil estão localizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e na Bahia.
Para a próxima semana, a companhia projeta voltar às atividades em todas as unidades, porém com uma redução de 35% da sua capacidade produtiva. A empresa afirma ainda que trabalha para manter a manutenção do emprego de seus 125 mil colaboradores em todo o Brasil.