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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Possível restrição às carnes significaria uma grande crise ao Brasil, afirma Maggi diante 'Carne Fraca'

Foto: Carlos Silva/Mapa

Possível restrição às carnes significaria uma grande crise ao Brasil, afirma Maggi diante 'Carne Fraca'
Apesar de o Itamaraty afirmar não ter recebido nenhuma notificação de embargo às carnes brasileiras e embutidos diante a operação da Polícia Federal "Carne Fraca", o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, declarou neste domingo, 19 de março, que tem preocupação quanto a uma possível restrição dos mais de 150 países importadores de proteína animal e que isso significaria uma grande crise ao Brasil. Maggi e o presidente Michel Temer estiveram a pouco reunidos com cerca de 40 embaixadores de países importadores.
 
Em coletiva de imprensa no final da tarde deste domingo, Blairo Maggi voltou a ressaltar que o "sistema é forte, mas não infalível quanto se trabalha com pessoas".  O presidente Michel Temer e Maggi estiveram, também, reunidos no começo da tarde com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Carne (ABIEC), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

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O ministro salientou que das 21 empresas citadas pela operação "Carne Fraca" três seguem interditadas e que será trabalhado para que as mesmas voltem as suas atividades. As demais 18 empresas entrarão em regime especial de fiscalização, de onde, segundo o ministro da Agricultura, a mercadoria só saíra com a presença de um fiscal do Ministério.
 
Conforme o secretário-geral das Relações Exteriores, o embaixador Marcos Galvão, o Itamaraty não recebeu até o momento nenhum comunicado de embargo a produtos brasileiros de proteína animal. O ministro Blairo Maggi observou que durante a reunião nesta tarde com os embaixadores disse que "a transparência é o melhor remédio nessa hora".
 
“Tenho preocupação. O Brasil é um grande exportador. Temos 7% do mercado. A restrição significa uma grande crise no país. Estamos trabalhando o governo como um todo para revolver isso”, afirmou o ministro.
 
Divulgação de empresas e produtos
 
De acordo com o ministro Blairo Maggi, ainda neste domingo ou na segunda-feira, 20, o Ministério da Agricultura irá em seu site divulgar uma lista com o nome das empresas envolvidas na operação, os produtos produzidos e para onde os mesmos foram comercializados, o que inclui as exportações, nos últimos 60 dias.
 
Além disso, ainda neste domingo o Governo Federal irá encaminhar as respostas solicitadas pela União Europeia e para a China quanto à situação.
 
O Ministério nos próximos dias deverá iniciar uma fiscalização nas 21 empresas. "Vamos ver também o inquérito da Polícia Federal para ver como as coisas de fato ocorreram”.
 
"Quando se fala do papelão está claro que se fala da embalagem e não de papelão misturado na carne. A narrativa nos leva a criar até fantasias. A partir de uma fala se começa a falar de várias formas. Cabeça de porco é permitida usar, não há irregularidade. Em função da narrativa é que se criou essa discussão", disse Maggi.
 
O ministro da Agricultura revelou que questionou a Polícia Federal sobre o porquê de não haver a presença do Ministério nas investigações. "Nós não estávamos presentes para responder que cabeça de porco pode ser utilizada. A Polícia Federal nos disse que não comunicaram o Mapa, porque era uma investigação que se tratava de servidores da pasta".
 
Em nota publicada no site do Mistério da Agricultura, na tarde deste domingo, o presidente Michel Temer salienta que o "governo federal reitera sua confiança na qualidade do produto nacional, que tem conquistado o consumidor e obtido aprovação dos mercados mais exigentes do ponto de vista de fiscalização e defesa agropecuária".
 
Ainda na nota, o presidente da República reitera que "às missões estrangeiras que todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores e ao acompanhamento das atividades do sistema nacional de controle, um dos mais respeitados do mundo".
 
Confira a nota na integra:
 
"Nota à imprensa da Presidência da República - 19/03
 
Convoquei neste domingo reunião ministerial para tratar dos fatos relativos à segurança dos consumidores nacionais e internacionais no que concerne à qualidade das carnes produzidas no país.
 
Decidiu-se:
 
1 – acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal, 21 unidades no total. Três desses já foram suspensos e todos os 21 serão imediatamente colocados sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força tarefa específica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É importante sublinhar que, de 11 mil funcionários, apenas 33 estão sendo investigados e que, das 4.837 unidades sujeitas à inspeção federal, apenas 21 supostamente envolvidas em eventuais irregularidades. Dos 21 apenas seis exportaram nos últimos 60 dias. Na sequência, o Mapa informará quais países receberam os produtos, quais foram eles e a origem por empresas. Ressalta-se: o objetivo da apuração não é o sistema de defesa agropecuário, cujo rigor é reconhecido, mas alguns poucos desvios de condutas;
 
2 – reiterar às missões estrangeiras que todas as plantas exportadoras permanecem abertas às inspeções dos países importadores e ao acompanhamento das atividades do sistema nacional de controle, um dos mais respeitados do mundo;
 
3  – reforçar a cooperação entre o Mapa e a Polícia Federal para apurar eventuais desvios no sistema de defesa agropecuária.
 
O governo federal reitera sua confiança na qualidade do produto nacional, que tem conquistado o consumidor e obtido aprovação dos mercados mais exigentes do ponto de vista de fiscalização e defesa agropecuária. O Mapa tem rigoroso serviço de inspeção de produtos de origem animal. Esse padrão de excelência abriu as portas de mais de 150 países, com permanente auditoria, monitoramento e avaliação de risco. Ademais disso, ao chegar a seus destinos, os produtos são também sujeitos à inspeção local.
 
Somente em 2016, foram expedidas 853 mil partidas de produtos de origem animal do Brasil para o exterior e apenas 184 foram consideradas, pelos importadores, fora de conformidade, muitas vezes por causa de temas não sanitários, como rotulagem e preenchimento de certificados.
 
Brasília, 19 de março de 2017.
 
Michel Temer, presidente da República"
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