A aquisição por parte da Amaggi de 50% da Estação de Transbordo, em Miritituba, e do Terminal Portuário, em Barcarena, ativos que formam o complexo portuário Miritituba-Barcarena (PA) da Bunge é avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A aprovação da transação permitirá que a empresa mato-grossense e a multinacional ampliem a parceria, iniciada em 2014, para o escoamento de grãos via Corredor Norte.
A Amaggi e a Bunge iniciaram parceria em 2014. Na época formaram a joint venture Unitapajós (Navegações Unidas Tapajós) voltada para operar na rota de escoamento da produção de grãos conhecida como Corredor Norte, realizada através da navegação na hidrovia Tapajos-Amazonas.
O anúncio da ampliação da parceria entre as duas empresas foi feito nessa terça-feira, 26 de julho.
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De acordo com a Amaggi e a Bunge, a aprovação da transação para a ampliação da parceria permitirá uma gestão compartilhada de todas as ações locais.
A Unitapajós conta com uma frota de 90 barcaças e uma capacidade de movimentação anual de 3,5 milhões de toneladas de grãos. Os trabalhos da joint venture comprovam a viabilidade logística do corredor Norte como mais uma alternativa para o escoamento da produção brasileira, principalmente de Mato Grosso.
Levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), revela que de janeiro a junho foram escoado via Barcarena (PA) 1,422 milhão de toneladas de soja em grão produzida em Mato Grosso, por Santarém (PA), que também faz parte do Corredor Norte ou Arco Norte, 1,185 milhão de toneladas. Já por Paranaguá (PR), que até dois anos, aproximadamente, era o segundo maior porto escoador do grão de Mato Grosso, apenas 516,2 mil toneladas saíram. O Porto de Santos (SP) segue como a principal porta de saída do grão mato-grossense para o exterior com 6,475 milhões de toneladas embarcadas no primeiro semestre de 2016.
“Para a AMAGGI, após dois anos de operação da Unitapajós, esse novo passo fortalece nossa presença naquela região, em conformidade com o plano de crescimento estratégico da companhia, mas também contribui para o incremento de uma rota logística fundamental ao desenvolvimento do país.”, destaca o presidente executivo da Amaggi, Waldemir Loto.
O presidente e CEO da Bunge no Brasil, Raul Padilha, afirma que “Esta operação está totalmente alinhada com a estratégia da Bunge de otimizar seus ativos e buscar parcerias estratégicas para capturar oportunidades de crescimento, contribuindo para o sucesso do negócio. Já vivenciamos situações similares em outras regiões com resultados muito positivos para todos os envolvidos”.
Conforme a Amaggi e a Bunge, a ampliação da parceria entre as duas empresa não irá mudar as atividades comerciais, bem como as operações de escoamento de grãos.
A mato-grossense e a multinacional salientam que a soja e o milho transportado via Corredor Norte tem como destino a Ásia ou Europa. O escoamento via tal corredor auxilia no desafogamento do sistema logístico do Sudeste e contribui para o desenvolvimento da região Norte do país.