A tradicional fábrica da Arno na Zona Leste de São Paulo, instalada há 70 anos no bairro da Mooca, em uma avenida que leva o nome da marca, vai fechar encerrar as atividades e transferir a sua unidade de produção de eletroportáteis para Itatiaia, no Rio de Janeiro.
Em comunicado, a empresa lamenta o fechamento, mas justifica a decisão afirmando "que não é mais viável manter uma fábrica na região central de São Paulo, com perfil urbano e com dificuldades operacionais e logísticas".
A desativação da fábrica, segundo a companhia, será em fases, entre novembro e outubro de 2017.
Demissões
A Arno não informou o número de empregados que trabalham atualmente na fábrica nem o número de trabalhadores que deverão ser desligados da empresa. A empresa se limitou a dizer que "se compromete em oferecer as melhores condições de adequação a todos os envolvidos".
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, a previsão é que poderão ser eliminadas até 2 mil vagas entre empregos diretos e indiretos.
Os funcionários foram comunicados do fechamento da fábrica no dia 31 de março. Segundo o sindicato, a proposta oferecida pela empresa a título de indenização aos funcionários foi de apenas meio salário nominal.
A proposta foi recusada pelo sindicato, que ameaça iniciar uma greve.
"Demos o prazo até o dia 2 de maio para a empresa apresentar uma alternativa à demissão", disse Torres, que acredita que a transferência da unidade seja mais um capítulo da guerra fiscal entre os estados.
Transferência para o RJ
A Arno argumenta que tratou-se de uma decisão estratégica. "Ao contrário da unidade da Mooca, – a nova fábrica estará localizada em uma região industrial emergente e em franca expansão, além de possuir uma posição geográfica privilegiada, próxima aos três maiores mercados consumidores de eletroportáteis da Companhia. A nova planta também se beneficiará da proximidade do Complexo Logístico Multimodal, que terá ligação direta com malhas ferroviária e rodoviária, em Itatiaia", afirma a companhia.
Arno no Brasil
Em 1997, a Arno foi comprada pela multinacional francesa Groupe SEB, líder mundial na indústria de eletroportáteis e também dono das marcas Clock, Krups, Lagostina, Panex, Rochedo e T-Fal.
Além da fábrica na capital paulista, o grupo possui unidades industriais em São Bernardo do Campo (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
Apesar da transferência da unidade de produção da Mooca para Itatiaia, a companhia informa que a sede do Grupo e que áreas como pesquisa e desenvolvimento, compras, marketing, comercial e financeira, permanecerão em São Paulo.