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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Agronegócio

Agrícolas têm menor valor desde junho

As commodities agrícolas atingiram na última semana o menor patamar de preço em mais de quatro meses nas bolsas internacionais. Na sexta-feira, o índice Dow Jones UBS AG, que monitora uma cesta composta por soja e derivados, milho, trigo, algodão, café, açúcar e cacau, atingiu a menor pontuação desde 29 de junho.

Só em novembro, o índice recuou 5,25%, pressionado, principalmente, pela queda dos grãos no mercado futuro de Chicago - de 6,12%, em média. Já os softs (algodão, café, açúcar e cacau) recuaram 1,5%, em média, embora seus preços sejam os mais baixos desde setembro de 2010, reflexo do aumento nos excedentes globais de café, açúcar e algodão na safra 2012/13.

Os mercados de grãos estão corrigindo os ganhos expressivos acumulados entre junho e agosto, quando os preços dispararam em virtude da seca que assolou as lavouras nos Estados Unidos. No período, o índice DJ UBS GR (lastreado nessas commodities) subiu 46,12%. Desde então, o indicador recuou 14%.

Embora a quebra da safra americana de grãos tenha sido expressiva, os últimos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicados no dia 9, mostraram ao mercado que os estoques de passagem da safra 2012/13 devem ser um pouco maiores do que o precificado pelo mercado.

Além disso, o desenvolvimento da safra sul-americana sugere, até o momento, uma grande colheita de soja e milho a partir do primeiro trimestre de 2013. Tudo isso abriu caminho para que as cotações se acomodassem em patamares mais baixos.

O cenário macroeconômico também foi pouco amigável para as commodities nas últimas semanas, um dos períodos mais fracos para esse mercado desde o início do ano, como observaram os analistas do Barclays em relatório publicado na quarta-feira. Embora os temores de um "pouso forçado" da China tenham perdido força, as preocupações com o "abismo fiscal" nos Estados Unidos e a situação na Espanha continuam a desestimular o apetite dos investidores por esses ativos.

Nem mesmo a terceira rodada de estímulos monetários do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) - o "QE3" - anunciada em setembro, foi capaz de incentivar a compra de matérias-primas nos mercados futuros.

"Apesar da determinação do Fed em estimular o apetite por risco, os investidores fizeram exatamente o contrário nas commodities, reduzindo sua exposição a praticamente todos os mercados desde que o QE3 foi anunciado", observam os analistas do Barclays .
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