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Terça-feira, 30 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Agricultores suspendem plantio de soja no RS por causa de estiagem

Sojicultores estão com todas as suas atenções voltadas para o clima. Até a metade da semana o clima era de intranquilidade dentro das propriedades rurais por causa da demora no retorno das chuvas que não cai há mais de 14 dias de forma uniforme e em boa quantidade. A baixa umidade do solo também atinge as plantações de milho que murcham no decorrer do dia por causa do sol forte. O receio é que não sejam registradas chuvas que garantam o desenvolvimento sadio das culturas de verão, soja que é a principal atividade agrícola na região e do milho que é a segunda atividade econômica de grãos no meio rural.

A estimativa é que o plantio da soja tenha sido interrompido quando metade da área destinada à oleaginosa estava semeada. “O momento está deixando o produtor alerta e com medo de que haja uma repetição da safra de verão passada, quando uma seca causou sérios danos ao milho e soja”, disse o secretário Municipal da Agricultura de Carazinho, Vanderlei Lopes. Segundo ele, o ideal é que ocorram chuvas bem distribuídas com média de 30 a 40 milímetros por semana. De acordo com o secretário, no momento a preocupação maior está voltada para as lavouras de milho que se encontram na fase de colocação de pendão e formação do grão nas espigas.

“Até o momento não se tem registro de perdas, mas havendo mais alguns dias de sol os produtores rurais já poderão somar perdas de produtividade nas lavouras de milho”, salientou o secretário.

Segundo ele, o município de Carazinho está plantando cerca de 40 mil hectares com soja e semeou cerca de 7 mil com milho. Lopes adianta que o plantio somente será retomado depois que ocorrem chuvas que possam recuperar a umidade da terra não apenas na superfície. “É preciso que a chuva garanta pelo menos água numa profundidade que possibilite a germinação das sementes”, completou Lopes.

A preocupação dos produtores que já realizaram o plantio da soja aumenta a cada dia. “Já concluí o plantio das lavouras de soja. Espero que as chuvas cheguem até o início da próxima semana para que não haja germinação falhada das sementes”, comenta o produtor rural Luís Ari Xavier, que tem área no distrito de São Bento. Segundo ele, a situação mais grave está nos 16 hectares da lavoura de milho que está formando a espiga. “Este é o momento mais delicado desta cultura, pois o cereal necessita de no mínimo 7 milímetros de água por dia”, completou.

O técnico agrícola da Cooperativa dos Agricultores de Chapada, Rafael Oppelt, disse que as plantações de milho em fase mais adiantada suportam a falta de umidade no máximo por mais quatro dias. “Não chovendo no início da próxima semana, os agricultores começaram a somar mais perdas nas lavouras de milho”, lamenta Oppelt.

Em relação à soja, ele salienta que a falta de chuva causa uma germinação mais rala das sementes e também acaba atrasando o desenvolvimento das plantas. Segundo o técnico, o plantio da soja está suspenso e somente deverá ser retomado depois que sejam registradas chuvas que devolvam a umidade do solo. Ele estima que na região 50% das lavouras da oleaginosa estão plantadas. Ele lembra que a janela tecnicamente indicada se estende até o final do mês.
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