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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Agronegócio

Avicultura cresceu mais do que o anunciado pelo IBGE no ano passado

Os dados relativos à Pesquisa “Produção da Pecuária Municipal” divulgados na última quinta-feira, 18, pelo IBGE, referem-se – no que diz respeito ao plantel de animais de produção – ao efetivo existente em 31 de dezembro de 2011. Assim, é equivocada a interpretação, por exemplo, de que “o número de galinhas, galos e frangos criados no país chegou a 1,27 bilhão em 2011” ou de que a “produção de frangos e ovos cresceu 2,2% em 2011”.

A pesquisa em pauta corresponde a um censo anual no qual se avalia o número efetivo de animais em criação no último dia de cada ano, 31 de dezembro. Mas como as diversas espécies recenseadas têm diferentes ciclos de vida, o resultado não pode ser aplicado generalizadamente no cálculo da variação do plantel de um exercício para outro.
Explicando, essa metodologia só se aplica a animais cujo ciclo de vida seja superior a um ano. Não, por exemplo, aos frangos, cuja idade de abate varia, em média, desde cinco-seis até oito-nove semanas. Dessa forma, os frangos em criação em 31 de dezembro de cada exercício correspondem às aves de apenas um ciclo – que ainda pode ser alterado em função do espaço de tempo adotado para o “vazio sanitário”.

Portanto, sob o aspecto da evolução do plantel de frangos de um exercício para outro parece que o mais adequado (na falta de outro número oficial) é o abate inspecionado, também do IBGE – ainda que esse dado não corresponda à produção nacional total. E o dado do IBGE a respeito mostra que em 2011 foram criadas e abatidas no Brasil perto de 5,3 bilhões de cabeças de frangos, volume 6% superior aos (quase) 5 bilhões de 2010.

Aos suínos se aplica o mesmo raciocínio, visto que seu ciclo de vida é inferior a um ano. Já o plantel de galinhas – categoria que, no levantamento do IBGE, inclui não apenas as aves comerciais produtoras de ovos de consumo, mas também reprodutoras de todos os níveis (linhas puras, bisavós, avós e matrizes), de corte e de postura – aceita a análise de variação anual, pois se refere a aves que têm ciclo de vida superior a um ano. De toda forma, a informação é pouco útil, exatamente por envolver todos os tipos de galináceos fêmeas, sem qualquer discriminação quanto à sua finalidade.
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