Apenas três produtos - minério de ferro, soja e petróleo- respondem por 80% das exportações do Brasil para a China. Essa alta concentração é o calcanhar de Aquiles do comércio e torna as exportações para a China muito suscetíveis a variações de preço.
"O comércio cresceu muito rápido, mas a qualidade do intercâmbio sofre com a concentração", ponderou Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China. "Nós não diversificamos a pauta. Não temos um esforço de venda para a China", diz RodrigoMaciel, sócio da Strategus Consult.
Há ainda a agravante de que poucas empresas respondem por quase a totalidade dos negócios. No caso do petróleo, por exemplo, as exportações estão diretamente relacionadas a um contrato entre a Petrobrás e a Unipec. "É uma relação de dois grandes players, regida por contrato e não pelo mercado", diz André Soares, coordenador de pesquisa e análise do conselho.
A avaliação dos especialistas é de que o Brasil não está bem posicionado para enfrentar a transformação que atravessa a economia chinesa, migrando seu eixo de crescimento de investimento e exportações para consumo. A tendência é reduzir a demanda por commodities, mas aumentar a necessidade de manufaturados. "Vão surgir oportunidades. O desafio do Brasil é grande", diz Welber Barral, sócio da Barral MJorge Consultores.
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