Representantes da cadeia produtiva do tabaco se reuniram nessa quarta-feira, dia 25, para discutir a proposta do governo federal de diversificar as áreas cultivadas com tabaco. O projeto faz parte da meta da Organização Mundial da Saúde para a redução do consumo de cigarros, e os produtores de fumo e donos de indústrias temem prejuízos caso ele seja implantado.
– Hoje o tabaco representa mais de 60% da receita gerada na pequena propriedade. E o restante são culturas de subsistência para o consumo próprio. Nós temos mais de 180 mil famílias que precisam encontrar alternativas com outras culturas para diversificar a produção em suas propriedade – afirma o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider.
A proibição da venda de cigarros aromatizados também foi um dos assuntos discutidos pelo setor. O Supremo Tribunal Federal irá decidir se mantém a suspensão de uma norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibindo a mistura de substâncias aromatizantes na fabricação de cigarros. As indústrias alegam que alguns dos ingredientes vetados são necessários na produção de cigarros comuns.
– Se a norma for realmente entrar em vigor, 99% dos cigarros terão de ser fabricados de uma diferente. Nós entendemos que isso seria um potencial muito grande para o aumento do contrabando, que hoje já representa 30% do mercado brasileiro – afirma o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke.
A resolução da Anvisa foi publicada em março do ano passado e suspensa em liminar concedida pela ministra do STF Rosa Weber. Na Câmara dos Deputados, existe a tentativa de barrar a norma.
– Nosso projeto de decreto legislativo suspende essa consulta e retira a competência da Anvisa, porque entendemos que a agência está abusando – afirma o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS).