O município de Mogi das Cruzes, no cinturão verde de São Paulo, tem uma colônia japonesa expressiva. Cerca de 8% da população descende dela, por isso, os agricultores procuram plantar alimentos voltados ao paladar desse consumidor.
Na propriedade de 13 hectares em Mogi das Cruzes, Gilberto Almeida Custódio cultiva 400 pés de shisô. A planta de origem chinesa, que chega a quase um metro de altura, ainda é pouco conhecida no Brasil.
Em algumas regiões do interior de São Paulo, agricultores investem no cultivo. “É o primeiro ano que estou fazendo isso”, diz.
Usada principalmente na culinária japonesa, a planta pode ser encontrada com dois tipos de coloração, verde e rosa. São seis meses de cultivo desde a semeadura até a colheita.
O que mais chama a atenção do shisô é o aroma acentuado. O cheiro é parecido com o da hortelã e o da erva-doce. Também por este motivo, a planta é muito procurada e pode ser misturada em chás.
Vendidas para restaurantes japoneses, o quilo da folha custa R$ 15 e o consumo pode ser feito em até três dias. As sementes do shisô também podem ser aproveitadas. “São diversas as formas de utilizar a planta. Folha fresca serve para enrolar o sushi, pode usar desidratada com semente de gergelim torrada e como corante natural alimentar”, explica Hideo Kawanami, agrônomo.