Essa é a avaliação do engenheiro agrônomo e doutor em Fitopatologia e Biologia Molecular pela University of Wisconsin, Marcelo Gravina.
"É correto dizer que, além dos benefícios socioeconômicos, os transgênicos tolerantes a herbicidas também trouxeram ganhos ambientais, como a redução da perda de solo e matéria orgânica", afirma o especialista ao portal do CIB (Conselho de Informações de Biotecnologia).
"A tolerância a herbicidas é fundamental para garantir a estabilidade da produção agrícola, especialmente aquela praticada em clima tropical. Os cultivos tolerantes facilitaram o manejo da lavoura, reduziram as perdas em decorrência de plantas invasoras e, com isso, elevaram o lucro dos agricultores. Isso tudo foi feito em consonância com práticas conservacionistas, a exemplo do cultivo mínimo e do plantio direto", explica ele.
Ele lembra que a safra 2013/14 marca os 10 anos da adoção de sementes geneticamente modificadas (GM) no País. "Ao longo dessa década, a adoção não parou de crescer. Inicialmente com apenas uma variedade disponível, hoje o Brasil conta com 37 tecnologias que oferecem ao agricultor, além de outras opções em soja, também eventos transgênicos de algodão, milho e feijão".
"E se, a princípio, os organismos geneticamente modificados (OGM) despertaram alguma dúvida, atualmente diversos estudos científicos respaldam a avaliação da comunidade acadêmica internacional de que esses alimentos são, no mínimo, tão seguros quanto suas versões convencionais", defende o especialista.
"Na próxima década de transgênicos no Brasil podemos esperar pesquisa e desenvolvimento de novas variedades (cana-de-açúcar, citros, eucalipto) e características (tolerância a outros herbicidas, a estresses hídricos e solos salinos). Se continuar investindo em inovação, adoção e diversificação, o País poderá exercer o papel estratégico de provedor global de gêneros agrícolas de maneira sustentável", conclui o mestre em Microbiologia Agrícola e do Ambiente e professor associado da UFRGS (Universidade Federal do RS).