Os participantes da 21ª reunião mundial da ASB Partnership for the Tropical Forest Margins, uma parceria global de pesquisa sobre as margens das florestas tropicais -, reunidos desde o início da semana em Belém (PA), fizeram visita técnica nessa quarta-feira (24) a propriedades rurais de Tomé-Açu, município paraense com um histórico bem–sucedido de cultivos em Sistemas Agroflorestais (SAFs) na Amazônia.
A ASB é a única parceria global dedicada inteiramente a pesquisar as margens das florestas tropicais, ou onde se configura o cenário de transição entre a floresta tropical e o campo. Criada em 1994 como ASB (Alternatives to Slash-and-Burn), até 2007 era um programa do Consultive Group on International Agricultural Research (CGIAR) focado em alternativas à agricultura de derruba-e-queima (em inglês, slash-and-burn).
Desde 2008, a ASB deixou de ser um programa do CGIAR para se constituir em uma nova parceria global, a ASB Partnership for the Tropical Forest Margins, formada atualmente por 90 instituições de pesquisa, universidades, organizações não-governamentais, organizações comunitárias e rurais.
O coordenador geral da ASB, Peter Akong Minang, que também esteve no Brasil em agosto último para tratar de um novo projeto em parceria com a Embrapa, lembrou da importância de se dar atenção maior à agricultura familiar das margens das florestas tropicais. Entre outros objetivos, como o de promover meios de vida viáveis à famílias rurais do trópico úmido, a parceria visa reduzir emissões de gases de efeito estufa decorrentes do uso da terra que provocou desmatamento e expansão agrícola.
Entre os temas debatidos no encontro de cientistas estão mudança climática, planejamento do uso da terra para múltiplos serviços ambientais e pagamento por serviços ambientais. Em Tomé-Açu, o grupo visita propriedades de fruticultores e dendeicultores com experiência em SAFs e cultivo de palma de óleo para produção de biodiesel, respectivamente.
"É uma honra podermos abrigar um evento como esse, possibilitando a pesquisadores de várias partes do mundo entrarem em contato direto com a Amazônia, onde a prática da derruba-e-queima é feita tradicionalmente, e, ao mesmo tempo, com a Unidade, dentro do sistema Embrapa, detentora do maior volume de pesquisa e resultados sobre alternativas à derruba-e-queima", pontua Claudio Carvalho, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental.
Clique aqui para conhecer os projetos da ASB no mundo. A coordenação mundial é hospedada pelo Icraf (The World Agroforestry Centre) com sede em Nairobi, Kênia.