A recuperação, mundial, da produção de milho com a consequente redução de suas cotações proporcionou, em 2013, maior tranquilidade aos setores produtivos de frangos, ovos e suínos, pois os custos retornaram ao que se entende ser um “padrão normal de produção”.
Neste instante, porém, a situação do produtor é menos tranquila que aquela observada um ano atrás, em dezembro de 2012, ocasião em que o milho alcançou no mercado interno seu maior valor comercial de todos os tempos, registrando cotação média cerca de 30% superior à observada nos primeiros dias de dezembro corrente.
É verdade que, para o produtor de frangos, o poder de compra em relação ao milho permanece melhor que o de dezembro do ano passado. Pois enquanto os preços pagos pelo milho recuaram perto de 23%, a cotação do frango vivo teve queda menor, pouco superior a 15%. Assim, neste momento, o milho é adquirido com um volume de frangos vivos 9% menor que o de um ano atrás.
No entanto, a aparente vantagem aí existente dilui-se totalmente quando o mesmo poder de compra é voltado para o farelo de soja que, em relação a dezembro de 2012 está quase 14% mais caro. É quando se constata que o avicultor precisa de um terço a mais de frangos vivos para adquirir o mesmo volume anterior de farelo de soja.
Pior, no entanto – muito pior – é a situação do produtor de ovos, que recebe hoje na granja valor cerca de 35% inferior ao registrado no mês de Natal do ano passado. Ou seja: seus retrocessos são bem maiores que os do milho (que caiu 22,93%) e caminham na direção oposta à do farelo de soja (que aumentou 13,86%).
Resultado: poder de compra visivelmente menor que o do último mês de 2012. Tanto que, para a mesma quantidade de milho, é preciso um volume de ovos 18,18% maior. Já o farelo de soja solicita volume de ovos três quartos maior.