Em atenção às demandas do setor produtivo, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) desenvolveu neste ano um projeto piloto que estabelece grupos de contato direto entre produtores rurais e as equipes da concessionária de energia elétrica em Mato Grosso, a Energisa. A iniciativa começou no núcleo de Nova Mutum e cria canais permanentes de comunicação, com o objetivo de agilizar o atendimento e acompanhar as solicitações relacionadas ao fornecimento de energia no campo.

Leia mais
Nova Rota do Oeste inicia desvio de tráfego na BR-163 entre quilômetros 722 e 732

O diretor administrativo e coordenador da Comissão de Política Agrícola da Aprosoja MT, Diego Bertuol, destaca que a questão é recorrente em várias regiões do estado.

“Hoje, um dos principais gargalos é a qualidade da energia que chega às propriedades. Ela não tem constância. Quando o produtor quer investir em armazenagem, algodoeira ou pivô, não consegue ter uma energia que sustente essas operações. Há propriedades que ficam até três dias sem energia e, muitas vezes, ao abrir uma ordem de serviço, não há resposta. Sabemos que não é um problema pontual; está presente em várias regiões, principalmente em municípios em desenvolvimento que precisam de energia elétrica”, explica Bertuol.

Ele reforça que o projeto busca oferecer uma resposta prática a esse desafio.

“Estamos acompanhando o tempo de resposta e as soluções apresentadas pela Energisa. Se der certo, queremos expandir para todos os núcleos da Aprosoja MT. O objetivo principal é trazer soluções para os produtores e também para os municípios que estão se desenvolvendo e precisam de uma rede de energia de qualidade. Mato Grosso precisa virar a chave e começar a industrializar; para isso, precisa de energia forte, de qualidade e constante.”

A delegada coordenadora do núcleo de Nova Mutum, Daiana Costa Beber, afirma que a iniciativa surgiu diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores com a instabilidade e a lentidão no atendimento da concessionária.

“A comunicação é direta e objetiva. Os produtores informam os protocolos abertos junto à Energisa e detalham o problema. As equipes técnicas da concessionária respondem no próprio grupo, acompanham as demandas e informam o andamento dos atendimentos. Diferente do modelo tradicional, que depende de assistentes virtuais ou de pessoas sem acesso às informações precisas, o grupo possibilita contato direto com profissionais que têm poder de decisão e conhecimento técnico. Isso garante respostas mais rápidas e soluções mais eficazes.”

Segundo ela, os resultados já são perceptíveis:

“Desde o início, observamos uma melhora na agilidade do atendimento e na qualidade da comunicação. Demandas que antes demoravam dias para ter retorno agora são acompanhadas em tempo real. Essa troca direta reduziu falhas de comunicação e aumentou a previsibilidade das ações.”

O produtor Arthur Favretto, de Nova Mutum, confirma o impacto positivo do grupo:

“Esse grupo ajudou bastante, porque antigamente a gente usava só o aplicativo para fazer a demanda. A criação do grupo facilitou a comunicação com a Energisa. Começamos a notar que a assistência técnica passou a funcionar melhor, e eles começaram a vir mais rápido aqui na fazenda para religar a energia ou fazer manutenção.”