Os produtores de Mato Grosso devem estar atentos e informar-se sobre as medidas de controle das lagartas do complexo
Helicoverpa spp., a fim de evitar que haja um aumento populacional da praga e, consequentemente, prejuízo às lavouras do Estado.
O pesquisador Miguel Soria, entomologista do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), explica que populações de
Helicoverpa spp. estão sendo observadas neste momento nas chamadas culturas de cobertura, como milheto, crotalária e algumas espécies de braquiária, além de culturas como feijão e girassol.
Manejo integrado de praga que ataca soja, milho e algodão é discutido por especialistas
Ele chama a atenção para um fenômeno chamado “ponte biológica”, em que essas culturas de menor importância econômica hospedam a praga na entressafra e acabam por favorecer o aumento dela nas principais culturas na próxima safra.
E, apesar das lagartas de
Helicoverpa spp. não terem causado prejuízos aos produtores mato-grossenses como causaram aos da Bahia na última safra (2012/2013), o pesquisador alerta que “este fato pode ser diferente na próxima safra se medidas proativas de controle não forem tomadas, em função do aumento populacional da praga que se observa na entressafra atual”.
É importante realizar monitoramento constante e atentar-se à correta identificação da praga. Até o momento, explica Miguel Soria, o controle nas culturas do algodão e milho está sendo feito por meio do uso de inseticidas químicos e/ou de variedades/híbridos Bt com efeito de supressão sobre a praga. Na cultura da soja, até a última safra era realizado exclusivamente por meio de inseticidas químicos, o que vai mudar na safra seguinte com a disponibilidade no mercado de sementes de variedade Bt de soja.
O entomologista ressalta que o uso de inseticidas deve ser racional, ou seja, o produtor deve respeitar o nível de controle preconizado para a praga e obedecer um esquema de rotação de modos de ação dos ingredientes ativos para se evitar a resistência da praga aos inseticidas.
"Da mesma maneira, o plantio de áreas de refúgio deve ser respeitado e é imprescindível para preservar a vida útil das tecnologias Bt ao longo das safras", conclui Soria, que chama atenção dos agricultores e o pessoal de campo para se atentar à recomendação técnica adequada sobre o tamanho, configuração e manejo do refúgio.