O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, disse, nesta terça-feira, durante o seminário “Caminhos da Soja no Brasil”, em São Paulo, que a maioria dos sojicultores do país vai plantar a soja Intacta RR2 PRO, da multinacional Monsanto, para experimentar a nova tecnologia.
Silveira acredita que a RR2 vai ganhar espaço nas lavouras gradualmente. "Eu vou plantar e vou ver o benefício. Você sempre faz a conta. O produtor sabe que entrar [com força] em uma tecnologia em um ano é uma coisa perigosa demais", disse Glauber, à
Reuters.
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O presidente da Aprosoja Brasil também lembra que é preciso saber o modelo de cobrança dos royalties da RR2 e os valores a serem cobrados pelo uso das novas sementes. "Quanto vale a tecnologia? (...) É preciso deixar claro qual o benefício para o produtor. Não é simples. Isso é igual marido e mulher. Sempre vai ter discussão."
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A Monsanto pretende anunciar os valores a serem cobrados pelo uso de sua tecnologia a partir da próxima semana. O presidente da Monsanto no Brasil, Rodrigo Santos, disse que há disponibilidade de três milhões de sacas de sementes da soja Intacta, que será lançada ainda para a temporada 2013/14. Esse volume seria suficiente para plantar 2,5 milhões de hectares. O plantio no Brasil começa em meados de setembro, pelo Centro-Oeste brasileiro.
Pesquisa
O seminário foi realizado no Hotel Hilton, sob a organização do jornal Valor Econômico. Durante o evento, a MB Associados, consultoria especializada em análises macroeconômicas, detalhou um estudo inédito, que demonstrou o que seriam os impactos econômicos e sociais da adoção da nova tecnologia para soja da Monsanto no mercado agrícola.
De acordo com o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Associados e coordenador do estudo, o benefício ao consumidor do desenvolvimento tecnológico no cultivo da soja é o menos lembrado e o mais significativo sob o ponto de vista da melhoria social.
“O preço real da cesta básica apresenta consecutiva queda nas últimas décadas. E quando considera os produtos afetados pela lavoura da soja, ou seja, o frango, os ovos e o próprio óleo de soja, nota-se que a queda é ainda mais expressiva. O preço do frango hoje custa 18% do valor cobrado em 1974. Ou seja, o barateamento do farelo de soja permitiu ao brasileiro consumir fontes baratas de proteína animal”, afirma Mendonça de Barros.