As coletas das amostras dos nematóides - constantemente apontados como um dos principais problemas das lavouras de algodão -, estão sendo feitas em todas as regiões produtoras de Mato Grosso. A análise preliminar de um estudo iniciado há dois anos pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), "indica que o problema está bem maior que há dez anos", afirma o pesquisador e fitopatologista do IMAmt, Rafael Galbieri, que está à frente do projeto.
O levantamento da situação está sendo feito em todas as regiões produtoras de algodão de Mato Grosso ao longo de duas safras agrícolas. A partir da coleta das amostras e das análises dos dados, os pesquisadores farão uma cartilha com recomendações de modo a tornar mais efetivo o manejo nas áreas de plantio, contribuindo, dessa forma, para minimizar os prejuízos causados por esses parasitas (Meloidogyne incognita, Rotylenchulus reniformis e Pratylenchus brachyurus).
Serão feitas análises nematológica, fitopatológica, de fertilidade de solo e física de solo (compactação), além da estimativa de produtividade nos pontos amostrados, e toda amostragem será acompanhada por uma ficha de coleta, na qual serão relatadas informações históricas e atuais do talhão. Os pesquisadores vão correlacionar a ocorrência dos nematoides da cultura bem como as determinadas características físicas, químicas e biológicas do solo, possibilitando analisar essas relações para indicar medidas de manejo mais efetivas.
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De acordo com a assessoria do 9º Congresso Brasileiro do Algodão, marcado para ocorrer entre os dias 3 e 9 de setembro, em Brasília (DF), algumas conclusões do estudo executado pelo instituto será levado ao conhecimento do público durante o congresso. “Até o final deste mês, as coletas serão concluídas. Aí, começaremos o processamento e a análise dos dados”, informa Galbieri.
"Os produtores poderão conhecer esse panorama da presença dos nematoides na cultura do algodão, que posteriormente será publicado em livro", afirma Galbieri.
Trabalho científico
O trabalho começou na safra passada, quando foram feitas as primeiras coletas de amostras nas lavouras. Com as informações levantadas até agora, Galbieri afirma que a presença do nematoide de galha, uma das espécies que mais tira o sono do produtor, está com população alta em Mato Grosso. "São dados preliminares ainda, mas já dá para observar que existe um avanço significativo do nematoide nos algodoais", analisa.
Ao final do trabalho, a equipe de pesquisadores deverá ter aproximadamente 2,5 mil amostras de solos e raízes dos sete núcleos regionais de Mato Grosso."A ideia é fazermos um raio-X do que está acontecendo no Estado no que diz respeito aos nematoides. Entendemos a gravidade do problema, que afeta diversos tipos de lavoura, mas não temos dados sobre a distribuição desses parasitas e os prejuízos causados ao cultivo algodoeiro", explica Galbieri.