No Brasil, mais da metade dos silos de plástico comercializados vem da Argentina, segundo Ezra Negrin, presidente do grupo Nortene, que fabrica esses produtos aqui no país. Segundo ele, na Argentina a demanda chega a 400 mil bolsas por ano, enquanto no Brasil deverá chegar a 80 mil unidades este ano - mas o potencial é para pelo menos 800 mil bolsas, conforme o executivo. Em 2012, foram utilizadas 50 mil unidades no país, ante 30 mil em 2011.
Somente o grupo Nortene comercializou no ano passado 12 mil silos, ante 8 mil em 2011. A perspectiva para 2013 é que as vendas alcancem 18 mil unidades. Quando começou a produzir os silos-bolsa, em 1996, a empresa vendeu 200 bolsas, o que demonstra o crescimento deste mercado.
O grupo pretende buscar um crédito de R$ 20 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a aquisição de uma máquina nova, importada, para produzir bolsas mais modernas e resistentes. A intenção, caso o projeto seja aprovado em três meses, é que a oferta desse novo produto comece em 2014.
Uma bolsa com capacidade para armazenar 250 toneladas de grão custa R$ 1.800. Negrin defende que o BNDES também financie esse tipo de silo para o produtor rural. E deverá levar o pleito à instituição. "É a solução para o Brasil", diz. Negrin explica que, com o silo plástico, não é preciso deslocar a produção para um silo metálico, fixo. Além de uma economia na primeira parte da logística, diz, o produtor poderia guardar a safra à espera do melhor momento para a venda.
De acordo com Negrin, o produto é mais demandado para as culturas de soja e milho em regiões como o Centro-Oeste e nos Estados da Bahia, Piauí e Maranhão, Paraná e Rio Grande do Sul.
Com três empresas controladas, uma em São Paulo, outra no Rio Grande do Sul e outra na Bahia, o grupo Nortene trabalha com produtos plásticos para várias aplicações, como meio ambiente, aterros sanitários, irrigação, estufas agrícolas, proteção de solo e construção, entre outros. O grupo faturou no ano passado R$ 220 milhões, e o segmento de silos plásticos representou R$ 18 milhões. A perspectiva é que a receita chegue a R$ 250 milhões neste ano com o crescimento de outras áreas da empresa. E poderá alcançar até R$ 350 milhões no próximo ano com os investimentos na nova linha de produção dos silos plásticos.