O governo federal espera que nos próximos anos o etanol volte a competir de igual para igual com a gasolina, fazendo com que a metade da frota de veículos rode primordialmente com o biocombustível.
De 2009 para cá, o uso de etanol por parte dos consumidores em seus carros encolheu por problemas de oferta e de preço.
"Esperamos que o etanol seja competitivo e é isso que buscamos... Em dois ou três anos, quero até que passe isso", disse nesta terça-feira o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, referindo-se à parcela da frota rodando com álcool.
Atualmente, o percentual de carros que rodam apenas com etanol varia entre 30 e 35 por cento, de acordo com o secretário, mas esse índice pode chegar a mais de 50 por cento nos próximos anos.
"Estivemos perto disso em 2009, perto de 54 por cento", afirmou Almeida a jornalistas, após um evento do setor de petróleo no Rio de Janeiro.
O governo decidiu que, a partir de maio, a mistura de etanol anidro à gasolina vai subir de 20 para 25 por cento. Uma safra maior de cana-de-açúcar no país deve ajudar a suprir essa maior demanda. O etanol hidratado é utilizado nos carros que usam o biocombustível.
Almeida espera que nos próximos anos o etanol retome seu espaço no mercado nacional apoiado na desoneração da produção e na adoção de novas tecnologias, como o plantio de cana transgênica e o etanol de segunda geração.
"Estamos trabalhando para reduzir o custo de produção de etanol", disse ele. "Temos que ser competitivos com cana geneticamente modificada mais resistente, com etanol de segunda geração. O governo vai continuar com redução de imposto e dando financiamento."
Fontes do governo disseram à Reuters que um decreto presidencial deverá ser editado em abril, estabelecendo redução de PIS/Cofins para o etanol.