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Terça-feira, 16 de abril de 2024

Notícias | Economia

Usinas indianas voltam a importar açúcar do Brasil

Usinas indianas assinaram acordos para comprar até 450 mil toneladas de açúcar bruto do Brasil para entrega entre os meses de outubro e dezembro deste ano, na medida em que o aumento da diferença entre os preços domésticos e os praticados no mercado internacional abriu espaço para essas importações, as primeiras em mais de dois anos, segundo informações fornecidas por cinco traders.

Usineiros das regiões oeste e sul da Índia, além de tradings globais, acertaram suas compras por cerca de US$ 500 a tonelada, incluindo o custo do frete, enquanto o preço doméstico subiu mais de 23% nos últimos três meses e atingiu US$ 680 por tonelada, conforme os mesmos traders.

A Índia, que é segundo maior país produtor de açúcar do mundo, depois do Brasil, importou a commodity pela última vez na safra 2009/10, o que colaborou para que as cotações internacionais atingissem máximas de 30 anos. O país do sul asiático tem exportado açúcar por dois anos consecutivos, uma vez que a produção superou a demanda, e a guinada atual pode provocar novas altas no exterior.

Na bolsa de Nova York, os contratos com vencimento em março, que ocupam a segunda posição de entrega, encerraram a sessão de ontem a 20,72 centavos de dólar por libra-peso, 2,22% mais que o fechamento da véspera e com quedas acumuladas de 9,5% em setembro, de 9,7% em 2012 e de 14,1% nos últimos 12 meses. O mercado continua de olho na colheita de cana no Brasil, que pode ser prejudicada por chuvas. Mas é esperado um aumento da oferta mundial, o que mantém as cotações pressionadas.

"A diferença de preço [na Índia e no exterior] é tão grande que, apesar de calcular o processamento e os custos de operação, importadores podem ter lucros de mais de US$ 60 por tonelada", afirmou um trader baseado em Mumbai, de uma traindo global.

A Índia deverá produzir excedentes pela terceira safra consecutiva na temporada que começará em 1º de outubro, mas a produção deve despencar no Estado de Maharashtra, afetado pela seca. "As usinas de Maharashtra não devem ter cana-de-açúcar suficiente. Por isso elas estão buscando açúcar bruto para poderem utilizar suas capacidades instaladas", afirmou Ramal Jacina, diretor da corretora Ramal Jacina Traindo Servires.

Maior país consumidor de açúcar do planeta, a Índia atualmente cobra uma tarifa de 10% sobre as importações de açúcar bruto, mas a taxa pode ser dispensada caso a usina tenha exportado a mesma quantidade de açúcar em um período de três anos, explicou Jacina. Na safra que começará no mês que vem (2012/13), a produção indiana de açúcar deverá cair para 24 milhões de toneladas, ante as 26 milhões do ciclo que está no fim.

Os indianos poderiam recorrer à Tailândia, mas os preços do Brasil estão mais vantajosos, o que explica a opção pelo país .
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