Um grupo importante e influente de representantes de entidades do setor produtivo como da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Associação Nacional dos Produtores de Algodão (Abrapa) e Ampa, em Mato Grosso, estão descontentes com o desempenho da senadora Káta Abreu (PSD-TO) e se mobilizam nos bastidores para desbancá-la do comando da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Segundo fontes ouvidas nos bastidores da política agrícola, a senadora deixou de defender os interesses do setor agropecuário com o mesmo afinco de outrora desde que seu partido - o PSD criado há dois anos pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab - iniciou uma aproximação com a presidente Dilma Rousseff (PT) com o objetivo de ocupar um novo Ministério na Esplanada, o 39º, que deve ser o das Micro e Pesquenas Empresas, a ser dado à senadora.

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Um dos motivos do descontentamento cada vez mais indisfarçável em relação à conduta de Kátia Abreu foi o acordo que a CNA firmou com a multinacional Monsanto para regularizar o pagamento de royalties sobre a utilização de sementes melhoradas para soja e algodão e cujo patente expirou em 2010.

Ainda de acordo com estas fontes, um dos nomes cotados para assumir a CNA é o do deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), que atualmente preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), entidade que disputa com a CNA o mesmo espaço institucional mas que possui um grande diferencial: uma bancada coesa formada por mais de 250 parlamentares com poder para mudar votações importantes no Congresso Nacional.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) e muitos colegas da FPA trabalham para indicar Homero como postulante ao cargo. Aliás, Homero, inclusive, já teria enxugado despesas de seu gabinete político, em Cuiabá, tendo em vista a reunião de esforços no sentido de ocupar o comando da Confederação.