Mato Grosso contribuiu com 23% das embalagens vazias de agrotóxicos recolhidas no país em 2012. Nos 12 meses do ano passado, 8,693 mil toneladas foram descartadas adequadamente, enquanto que no mesmo período de 2011, o volume chegou a 8,785 mil (t), representando recuo de 1,1%. Balanço foi divulgado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).

De acordo com a ONG, a variação negativa no recolhimento se deu por questões logísticas, relacionadas ao transporte das cargas. Prova disso é que Mato Grosso esteve com 7% a mais de embalagens nos estoques das unidades de recolhimento no ano passado, segundo a coordenadora de operações do inpEV de Mato Grosso e Rondônia, Rosângela Soto. “Tínhamos mais material dentro das unidades e, se não tivesse o problema logístico, certamente teríamos retirado mais que em 2011”.

A coordenadora explica que o instituto trabalha no sistema de oportunidade de transporte, utilizando caminhões que chegam de São Paulo com produtos e aproveitando o retorno deles para levar as embalagens. “O que tem se notado é a pouca disponibilidade de caminhões”. Para os produtores, essa não é a única dificuldade. Soma-se a ela a qualidade da pavimentação ou a falta dela.

Arlindo Cancian, presidente do Sindicato Rural de Canarana, a 823 km da Capital, conta que a região ampliou o plantio de soja de 127 mil hectares na safra 2011/12, para 153 mil (ha) na atual. Dentro de 2 a 3 anos, a previsão é chegar a 300 mil (ha), cultivando nas antigas áreas de pastagens. Para isso, conforme Cancian, é “preciso urgentemente de melhorias da malha viária para escoar a produção”.

Brasil - Conforme dados do inpEV, no ano passado foram recolhidas 37,379 mil (t) de embalagens de agrotóxicos em todo o país, contra as 34,202 mil (t) do ano anterior, o que resultou em um crescimento de 9%. O inpEV foi criado em 2011 pela indústria fabricante de agrotóxicos para realizar a gestão pós-consumo das embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal 9.974/2000 e o Decreto Federal 4.074/2002. No primeiro ano de atividade, em 2002, a entidade recolheu 3,768 mil toneladas. Legislações estadual e federal obrigam os produtores a devolverem as embalagens utilizadas no prazo de 1 ano. Antes do recolhimento, esse material deve ser lavado 3 vezes e inutilizado através da perfuração do fundo.