Cerca de 500 pessoas, entre produtores rurais, representantes de outros elos da cadeia do algodão, dos demais segmentos do agronegócio e da classe política prestigiaram a solenidade de 15 anos da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), realizada na noite de segunda-feira (dia 17) na Casa Cor MT 2012, no anexo revitalizado do Hospital de Câncer de Mato Grosso.
O ambiente escolhido para a realização do evento foi o jardim da Casa Cor, onde foram anunciados os vencedores da primeira edição do prêmio Semeando o Bem, uma iniciativa do Instituto do Algodão Social (IAS), e lançado o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A produção responsável dos cotonicultores mato-grossenses e o pioneirismo da AMPA, instituição que deu origem ao IAS, ao Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e inúmeras cooperativas e empresas, foram os destaques dos discursos feitos durante a solenidade.
“A AMPA mudou a cara da agricultura de Mato Grosso”, afirmou o presidente da entidade, Carlos Ernesto Augustin, ao citar várias iniciativas realizadas nos últimos 15 anos que contribuíram para o desenvolvimento humano, a inserção financeira da atividade agrícola mato-grossense no mercado internacional e a sua inserção política da no cenário nacional. Segundo ele, as bases da AMPA estão solidamente construídas e seus associados estão prontos para enfrentar os desafios do futuro, entre os quais destacou a qualificação profissional dos trabalhadores; a criação de laboratórios de classificação da pluma de algodão com a mesma qualidade que os norte-americanos; e a conquista de um patamar de eficiência na exportação similar ao dos Estados Unidos e Austrália. “Hoje o Brasil se apresenta como o terceiro maior exportador do mundo. Não temos dúvidas de que nos próximos 15 anos seremos os primeiros”, disse Augustin
Falando em nome dos ex-presidentes da AMPA (Blairo Maggi, José Pupin, João Luiz Pessa, Sérgio De Marco e Gilson Pinesso), Adilton Domingos Sachetti destacou as grandes transformações que o cotonicultor viveu nos últimos 15 anos, com a incorporação de novas tecnologias e a preocupação em produzir de forma cada vez mais responsável. “Parabéns a todos que contribuíram para que chegássemos a este algodão que encanta o mundo”, afirmou, numa referência ao fato de Mato Grosso ter contribuído para que o Brasil deixasse de ser importador de pluma para se tornar o terceiro maior exportador mundial de algodão.
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O deputado estadual José Domingos, ex-secretário de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, discursou em nome da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e o deputado federal Homero Pereira representou a Frente Parlamentar da Agropecuária. “Parabenizo a diretoria da AMPA pela inteligência e sensibilidade de estar realizando a solenidade de comemoração dos 15 anos neste local. Isso demonstra o nível do produtor de algodão mato-grossense”, afirmou Homero. A escolha do anexo do Hospital de Câncer ocorreu em função do engajamento da AMPA na campanha de arrecadação de recursos para a revitalização do espaço, que estava abandonado há 17 anos e será entregue à direção do hospital após a realização da Casa Cor MT 2012.
O diretor da Casa Cor MT, Vagner Giglio, foi chamado ao palco, juntamente com o presidente do HCan, João Castilho Moreno, e compartilhou com os presentes o áudio do embaixador do hospital, o ator cuiabano Otaviano Costa. “A AMPA mostrou que é muito forte em solidariedade”, comentou Otaviano ao anunciar o exemplo do Grupo Scheffer (Elizeu, Carolina e seus filhos Guilherme. Gislayne e Gilliard), de Sapezal, que está doando o enxoval hospitalar completo pelo período de um ano. “AMPA, debutante do bem, que faz solidariedade através do algodão”, acrescentou o ator, associando a cAMPAnha em favor do HCan aos 15 anos da entidade.
Emoção – O coquetel comemorativo do 15º aniversário da AMPA teve espaço para três vídeos, sendo um deles alusivo ao lançamento do programa ABR pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e os demais em homenagem à data festiva, trazendo depoimento dos ex-presidentes da AMPA e de dois produtores pioneiros na produção de algodão em Mato Grosso: Mário Patriota Fiori e Benjamin Zandonadi.
Outro momento de emoção foi a homenagem feita pelo presidente da Abrapa e ex-presidente da AMPA, Sérgio De Marco, ao produtor Odenir Ortolan, que morreu no ano passado de enfarte quando presidia o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis. “Você deve se orgulhar de seu pai, que foi um exemplo de ética para todos nós”, disse De Marco ao filho de Ortolan, Pedro Henrique, de 10 anos.
O nome do ex-secretário Cloves Felício Vettorato, uma das lideranças do movimento que consolidou a cotonicultura como uma atividade empresarial em Mato Grosso, foi lembrado pelo presidente da AMPA, Carlos Ernesto Augustin. “Gostaria de dar à nossa nova sede o seu nome em homenagem àquele que sempre foi nosso mestre”, anunciou Augustin, referindo-se ao prédio que está sendo construído em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e tem sua conclusão prevista para abril de 2013.
A festa dos 15 anos da AMPA também foi o cenário escolhido para uma homenagem a três diretores executivos que trazem “o algodão no DNA”: Décio Tocantins, da AMPA; Félix Balaniuc, do IAS, e Álvaro Salles, do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), o braço tecnológico da AMPA.
Programa ABR – A Abrapa aproveitou a comemoração do aniversário da AMPA para fazer o lançamento em Mato Grosso do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, de acordo com o presidente Sérgio De Marco, “é a síntese da união dos cotonicultores brasileiros em prol de uma melhor produção em nosso país”.
“Partimos do pioneirismo do Instituto do Algodão Social (IAS), criado em Mato Grosso, em 2005, que tinha abrangência apenas regional; passamos pelo Programa Socioambiental da Produção de Algodão (Psoal), criado em 2009 com o intuito de atender os demais estados produtores, e agora chegamos ao ABR, que será um programa nacional e unirá os dois protocolos em uma única regra de certificação”, explicou o presidente da Abrapa.
Ele acrescentou que a cadeia do algodão é a única que possui uma experiência exitosa de certificação: “Saímos na frente e esse é mais um ganho para a qualidade de nossa produção e também para a imagem do algodão brasileiro em nossos principais mercados consumidores”. Para De Marco, a criação do ABR coloca em evidência o compromisso de cada produtor e, por consequência, de todo o setor com a sustentabilidade ambiental, social e econômica da produção de algodão no Brasil. O programa está baseado nos pilares social, ambiental e econômico e traduz, segundo ele, o comprometimento dos produtores de algodão com a sustentabilidade e futuro das próximas gerações.
“O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos e fibras do mundo e, por essa razão atrai a preocupação de diferentes setores da sociedade mundial quanto à preservação do meio ambiente e respeito à legislação trabalhista. Não adianta dizermos que a nossa legislação ambiental e trabalhista são as mais exigentes do mundo e que a cumprimos, temos que provar ao mundo que estamos fazendo certo e, a única forma de provar que agimos corretamente, é trazendo entidades idôneas e reconhecidas internacionalmente para auditar as nossas fazendas e emitir os certificados de conformidade que são aceitos como a prova de que tudo esta sendo feito da melhor forma”, afirmou De Marco.
Ele explicou que o programa ABR prevê a melhoria contínua dos processos e a adesão dos produtores de forma voluntária: “Agora é a hora de provarmos ao mundo que além de eficientes no uso de tecnologias de ponta, na obtenção de algodão de qualidade e corretos no que diz respeito ao cumprimento de contratos, somos produtores de algodão sustentável!” – afirmou.
Prêmio Semeando Bem – O programa Semeando o Bem, por sua vez, é uma iniciativa do IAS que visa incentivar e premiar a prática de ações sociais e de defesa do meio ambiente nas fazendas dos associados. Por meio de suas equipes técnicas, o IAS visitou 197 fazendas em Mato Grosso e registrou mais de 1.200 iniciativas de natureza social e ambiental praticadas pelos produtores de algodão. Vinte e nove fazendas foram selecionadas como finalistas e, dentre estas, a Comissão Julgadora Independente escolheu 17 iniciativas vencedoras.
O presidente do IAS, Mílton Garbugio, entregou pessoalmente os troféus aos vencedores e os certificados às fazendas finalistas, ao lado do diretor executivo do instituto, Félix Balaniuc.
Veja a relação dos premiados:
Categoria Saúde e Educação:
-Fazenda Planorte da SLC Agrícola (representada por Volnei Vieira), por sua estrutura de atendimentos e benefícios sociais
-Fazenda Ribeiro do Céu do Grupo V-Agro (representada por Rodinei Frangiotti), pelos convênios médicos e odontológico, educação infantil e inclusão digital
-Fazenda Paraná (representada por Pedro Garbugio), pela Escola Municipal José Garbugio
-Fazenda Nossa Senhora Aparecida (representada por Cláudio Schecheli), pela Escola Municipal Jaime Marcelo Schecheli
-Fazenda Itaquerê (representada por Isabella Brunetta), pela Escola Municipal Brunetta
-Fazenda Água Limpa do Grupo Pinesso (representada por Gilson Pinesso), pelo Centro de Educação Profissional Eugênio José Antonio Pinesso
-Fazenda Girassol do Grupo Girassol Agrícola (representada por Gilberto Goellner), pelo Programa de Alfabetização de Adultos e Inclusão Digital
-Fazenda Santa Cruz do Grupo BDM (representada por Alexandre De Marco) pelo Programa BDM Alfabetizando
Categoria Filantropia:
- Fazenda Cortezia (representada por Clovis Cortezia), menção honrosa por ação social em prol da comunidade
- Fazenda Águas da Rondinha (representada por José Augusto Ascoli), menção honrosa por ação social em prol da comunidade da Associação dos Amigos das Crianças, Adolescentes e Idosos de Sorriso
Categoria Segurança Alimentar:
- Fazenda Serrana (representada por Paulo Andreis), pelo projeto de Cesta Básica Gratuita
- Fazenda Planalto (representada por Ondina Inez Botton) pelo projeto de Horta Solidária
Categoria de Esporte, Lazer e Recreação:
- Fazenda Paiaguás da SLC Agrícola (representada por Leonardo Celini), pelo projeto de Incentivo e Estrutura para a prática de esportes
- Fazenda São José (representada por Otávio Palmeira dos Santos) pelo projeto de Estrutura para a prática do lazer e recreação
Categoria Meio Ambiente:
Fazenda Vertente do Grupo J Pupin (representada por Marisa Pupin), pelo projeto de Recomposição de mata nativa em nascentes de rios.
Fazenda Filadélfia do Grupo Bom Futuro (representada por Fernando Scheffer), pelo projeto de Coleta seletiva e separação de produtos recicláveis
Fazenda Lagoa Encantada do Grupo SinAgro (representada por Marco Antônio Vimercati) pelo projeto de Educação Ambiental
Todas as fazendas finalistas receberão um certificado de “Empresa com Responsabilidade Social e Ambiental”. A Comissão também indicou 10 grupos empresariais para receberem o Troféu de Desempenho Social e Ambiental por seus destaques nas categorias de saúde, educação, filantropia, segurança alimentar, esporte e lazer e meio ambiente. São eles – e seus respectivos representantes que receberam o troféu:
Grupo André Maggi - Nereu Bavaresco
Grupo Scheffer - Guilherme Scheffer
Grupo Bom Futuro – Eraí Scheffer
Grupo V-Agro – Rodinei Frangiotti
Grupo Pinesso – Gilson Pinesso
Grupo SinAgro – Marcos Antonio Vimercati
Grupo J.Pupin – Marisa Pupin
SLC Agrícola – Volnei Vieira
Grupo Girassol Agrícola – Gilberto Goellner
Sementes Petrovina – Carlos Ernesto Augustin