Há 20 dias, o aposentado Paulo Cesar da Costa, 60 anos, chegou a Lucas do Rio Verde (a 350 km da Capital) vindo do Rio Grande do Sul e antes mesmo de concluir o treinamento "Manutenção e regulagem de colheitadeiras de grãos", ofertado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) em parceria como Sindicato Rural, já conseguiu um emprego. O treinamento de 40 horas foi ministrado pelo instrutor Neomar Rossetti. "O convite para trabalhar venho de imediato. Foi só o fazendeiro ficar sabendo que eu estava participando do curso do Senar", contou Costa. "Estou muito satisfeito com a oportunidade de me qualificar e só tenho a agradecer ao Senar", completou.

A história do aposentado é apenas uma que traduz o número apresentado no balanço de treinamentos de Formação Profissional Rural (FPR) e Promoção Social (PS) realizado pelo Senar em 2012. Ao todo, foram 44.475 participantes em 2943 treinamentos concretizados esse ano. O Senar também fechou o ano atendendo 38.201 pessoas com 408.538 atendimentos, em 99 municípios por meio do Programa Especial Mutirão Rural da Cidadania, ofertado pela instituição em parceria com a Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Setas). E os números não param por aí. O Programa Inclusão Digital Rural realizou 168 turmas (1344 participantes), o Programa Empreendedor Rural formou 10 turmas, assim como o Programa Negócio Certo Rural. Ainda houve 34 participantes na primeira turma de "Sucessão Familiar" e 120 na "Academia de Liderança".

Para o superintendente do Senar-MT, Tiago Mattosinho, 2012 foi um ano excelente para a instituição. "O ano de 2012 foi muito bom para o Senar e nos colocou no rumo que o nosso planejamento estratégico definiu, que é o de realmente atender as necessidades dos produtores e trabalhadores rurais, qualificando pessoas e gerando resultados diretos, ou seja, uma pessoa que faz um treinamento no Senar tem garantido seu espaço no mercado de trabalho", avaliou. "Esse ano iniciamos algumas qualificações que o Senar não tinha como o Campo Aprendiz, um treinamento com 800 horas para jovens serem inserido no mercado de trabalho", lembrou o superintendente se referendo as três turmas realiadas em 2012, sendo uma em andamento na sede do Senar em parceria com a AMPA e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo o gerente de Aprendizagem Rural do Senar-MT, Marciel Becker, o Senar conseguiu superar várias metas em 2012. "Além de qualificações de FPR e PS, tivemos alguns programas especiais, por exemplo, o PER e o Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos. O Pronatec, que começamos neste ano, já realizamos cinco turmas piloto. Realizamos o 'Filhos no Campo', que é um programa novo que foi lançado em 2012 e conseguimos atender 14 turmas nos municípios de Cuiabá, Matupá e Sinop", citou. "O Senar possui atualmente nove programas especiais e todos tiveram um grande impacto para o produtor e para o trabalhador rural", afirmou.

Tanto o superintendente quanto o gerente de Aprendizagem Rural do Senar estão otimistas em relação a 2013. "Além das 45 mil pessoas em média que o Senar vem capacitando em treinamentos de aperfeiçoamento estamos investindo muito pesado nas qualificações especificas por cadeia produtiva, seja na cadeia da soja, do algodão, da cana de açúcar, da suinocultura, da psicultura, enfim nas inúmeras atividades desenvolvidas em Mato Grosso", informou. "Um exemplo disso é o PRONATEC, que vamos ofertar cerca de 1500 vagas para alunos que vão passar por treinamentos de 150 a 200 horas. Outro exemplo é o programa de Desenvolvimento da Cadeia do Leite, que começou a ser construído no fim de 2012 em parceria com a Embrapa e com todo o Sistema Famato e agora em 2013 vai ser potencializado", adiantou.

Para Becker as expectativas para 2013 são as melhores. "Que a gente tenha uma crescente nas qualificações de FPR e PS, que continuam sendo o foco do Senar. Nós temos aproximadamente 20 projetos novos que serão implantados em 2013 e a perspectiva é aumentar a meta tanto em programas especiais, quanto em qualificações. O Senar pretende capacitar pessoas da zona urbana para que sejam inseridas no mercado de trabalho rural, porque o setor agropecuário hoje está absorvendo muita mão de obra", disse.