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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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BR-163, a 'rodovia sem fim'

Os 3.500 quilômetros da BR-163 se estendem do Pará ao Rio Grande do Sul. Em todo o Brasil, a metade Norte é chamada de Cuiabá-Santarém. Os usuários mais frequentes e íntimos da estrada, no entanto, lhe deram outro apelido - "rodovia sem fim". Foi o jeito encontrado para criticar quatro décadas de promessas nunca cumpridas de que o trecho vai ser asfaltado e, de fato, exercer a função que lhe cabe: funcionar como um corredor de exportação dos grãos do Centro-Oeste.

A pavimentação do trecho Norte da BR-163 foi incluída com entusiasmo renovado na primeira versão do PAC, em 2007. Previu-se na época que os 1.000 quilômetros entre Santarém e a divisa do Pará com Mato Grosso, considerados os mais problemáticos, estariam prontos em 2010. Até agora, porém, apenas 30% do trajeto está concluído. Do 1,5 bilhão de reais em investimentos previstos para a estrada, 752 milhões de reais foram gastos.

Um dos motivos para os atrasos é a série de aditivos aos contratos pedidos pelas empreiteiras. Com a demora na análise dos pedidos, as obras param. Também pesaram contra projetos malfeitos e sinais de irregularidades detectados pelo Tribunal de Contas da União, os quais levam as novas paralisações.

Se já estivesse asfaltada, a rodovia baratearia 35% o frete da região produtora até o navio para um quarto da soja colhida em Mato Grosso. Os portos do Pará ficam mais perto de boa parte das lavouras. "Do norte de Mato Grosso até Santos, o frente custa 125 dólares por tonelada", diz Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística. "Nos Estados Unidos, num percurso mais longo, o frete das fazendas até os portos custa 10 dólares por tonelada. Como vamos competir com isso?

A importância:

Abre caminho para que 23% da soja de Mato Grosso seja escoada pelo Norte com um custo de frete 35% inferior ao de hoje.

O investimento:

2,3 bilhões de reais. 53% mais que o 1,5 bilhão previsto.

O atraso:

Quatro anos. Era para 2010 e ficou para 2014.

Por que atrasou:

Sucessivas revisões de contratos por motivos diversos: projetos incompletos, fraudes e pedidos de reajuste.
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