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Segunda-feira, 28 de abril de 2025

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GRÃOS COM UMIDADE

Colheita é retomada com trégua das chuvas em MT mas ritmo é o menor em quatro safras

Foto: Reprodução

Colheita é retomada com trégua das chuvas em MT mas ritmo é o menor em quatro safras
O tempo ensolarado e a trégua das chuvas intensas em Mato Grosso auxiliaram no impulsionamento da colheita de soja no estado nesta safra 24/25, mas o ritmo é o menor comparado às últimas três safras. Até a primeira semana de março, cerca de 80% das lavouras já foram colhidas, porém os produtores enfrentam dificuldade com o armazenamento e umidade dos grãos.


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Apesar da retomada a 'todo vapor', a colheita nesta safra continua em menor ritmo em comparação às safras anteriores. Na safra 23/24, no mês de março, a colheita já atingia mais de 82%.  No mesmo período, nas safras de 21/22 e 22/23, o estado já havia atingido mais de 90%, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na Fazenda Lavínia, localizada no município de Vera, o produtor associado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Marcos Lorenzi, compartilha sua experiência com a safra atual. Aos 43 anos, Marcos cresceu no meio rural, seguindo os passos da família, que migrou do Rio Grande do Sul para Mato Grosso em 1986 em busca de oportunidades no agronegócio.

Este ano, a colheita na Fazenda Lavínia começou no dia 4 de fevereiro, cerca de dez dias depois do previsto, devido ao atraso das chuvas no início do plantio. A instabilidade climática, com chuvas intensas entre novembro e janeiro, trouxe dificuldades na aplicação de defensivos e atrasou as operações no campo.

"As chuvas atrasaram um pouco o plantio, mas agora o tempo está firme. A expectativa é boa, mas só saberemos o peso real do grão quando colocarmos a máquina na lavoura", explicou Marcos Lorenzi.

O diretor administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol, explicou que o excesso de chuvas nas principais zonas agrícolas de Mato Grosso também pode atrasar o plantio da segunda safra de milho devido à janela curta em decorrência da colheita das lavouras de soja no estado.

"Tem pouca luz solar, muita nebulosidade, então a soja não consegue terminar o seu ciclo. Ela começa a ficar vegetando, então isso vai resultar, vamos dizer, em mais 10 dias de atraso. É esse o alerta que nós estamos tendo agora para a segunda safra, a implantação do milho safrinha, porque o produtor vai ter já aqueles 30 dias de encurtamento da janela lá em setembro do ano passado e agora, com mais esses 10 dias, a janela ideal para colocar o milho está mais curta ainda e isso também na soja agora. Chuva, pouco sol, tudo resulta em perda em quantidade e qualidade do grão", ressaltou.

Perspectivas para a safra

Apesar dos desafios climáticos, a expectativa é que o ritmo da colheita continue acelerado nos próximos dias, graças às condições meteorológicas favoráveis. No entanto, os produtores seguem atentos à umidade dos grãos e à qualidade da soja, fatores que podem influenciar diretamente os resultados da safra.

Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, caminha para alcançar um novo recorde de produção na safra 2024/25. De acordo com projeções divulgadas pelo Imea, a colheita deve atingir 47,15 milhões de toneladas, um crescimento de 20,76% em relação ao ciclo anterior.

O bom desempenho é impulsionado pelo aumento da produtividade, que deve alcançar 62,07 sacas por hectare, um salto de 19,01% em comparação com a safra 2023/24 quando houve a média de 50 sacas por hectare. Se confirmada, essa será a segunda maior produtividade já registrada na série histórica do Instituto.

Apesar da boa produção, a armazenagem dos grãos continua sendo um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores rurais.
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