O produtor e ex-presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli, questionou a restrição de mercado devido à Moratória da Soja e afirmou que os europeus estão vendo o "copo meio vazio". Ele destaca que Mato Grosso possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo.
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O acordo envolvendo a Moratória da Soja foi criado em 2006 quando associações se comprometeram a não comercializar soja proveniente de áreas que tivessem sido desmatadas a partir daquele ano dentro da Amazônia Legal.
Entretanto, o Brasil passou a participar do acordo somente em 2008. Em conversa com
Agro Olhar, Arioli afirmou que os produtores rurais brasileiros são um dos profissionais que mais cuidam do meio ambiente e da preservação.
Até 2022, Mato Grosso tinha 62% do território preservado sendo uma das legislações mais restritivas do mundo.
"A gente se sente incomodado com essa questão da moratória porque o produtor brasileiro é o que mais protege no mundo. Nós temos áreas de proteção ambiental dentro das propriedades que são as reservas legais e APPs. Não tem nenhum outro país que tenha isso, na europa mesmo não tem nada parecido", disse.
Mato Grosso pode sofrer um prejuízo de até R$ 23 bilhões devido ao acordo envolvendo a Moratória da Soja. Outra preocupação também ocorre devido à demora na atualização da lista vigente envolvendo a moratória.
"O pessoal só olha a parte do copo meio vazio. A parte cheia que seria a parte que nós preservamos e que também está na área de produção, temos os sistemas integrados mas os europeus não veem isso. A discussão é válida mas os efeitos da discussão me preocupa, porque quem compra, decide. A gente poderia se unir e mostrar para os europeus esse copo cheio e receber alguma valorização, pelo então que não fosse uma restrição de mercado.", ressaltou.