Mato Grosso é o quarto maior exportador de madeira do país, e a tendência é melhorar ainda mais com o novo padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para medir a área de vegetação explorada em floresta tropical nativa, denominada Prática Recomendada ABNT PR 1020. Com essa medida, os produtos florestais serão certificados com o selo da ABNT, o que pode resultar em melhores preços tanto no mercado nacional quanto nas exportações.
Leia também
Obras da Ferrovia Estadual avançam na BR-163/364; veja vídeo
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou durante um evento na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) que essa certificação é uma forma do setor mostrar seu compromisso com a sustentabilidade, posicionando-se na vanguarda tanto no país quanto no mundo. Isso pode abrir novos mercados e valorizar o preço da madeira, promovendo uma economia sustentável.
No ano passado, as indústrias mato-grossenses exportaram 190,6 mil toneladas de madeira bruta, serrada e perfilada, demonstrando a qualidade da madeira tropical proveniente das áreas manejadas. O Estado é responsável por 2,29% das exportações de madeira do Brasil e por 98% na região Centro-Oeste.
A madeira oriunda do manejo florestal sustentável exportou 46 espécies identificadas e autorizadas pelos órgãos ambientais, movimentando US$ 120 milhões no ano passado. Em janeiro deste ano, foram exportados US$ 6 milhões. Mato Grosso embarca a madeira em navios para 61 países nos cinco continentes.
Com a certificação, a madeira sustentável de Mato Grosso terá a garantia de uma norma que atesta sua exploração legal. Isso traz mais consistência e estabilidade, principalmente no comércio exterior, aumentando o valor da madeira no mercado internacional.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, explicou que a ideia de adotar a certificação surgiu em 2018 para resolver o gargalo do setor, que é a base econômica de 44 municípios do Estado. A indústria de base florestal colabora com a conservação e proteção de mais de 4,7 milhões de hectares de reserva legal do bioma florestal de Mato Grosso.
O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, ressaltou a importância da certificação para as 523 indústrias associadas, que geram cerca de 11 mil empregos diretos.