Olhar Agro & Negócios

Quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Notícias | Agronegócio

SEQUESTRO DE CARBONO

Gigante dos biocombustíveis estuda viabilidade de armazenar CO2 sob a terra em Mato Grosso

Foto: Reprodução

Gigante dos biocombustíveis estuda viabilidade de armazenar CO2 sob a terra em Mato Grosso
A diretoria da BIOIND MT, que representa as indústrias de bioenergia de Mato Grosso, apresentou m plano de investimentos ousados que estão previstos para o Estado nos próximos anos. Entre as obras previstas, a FS Agrisolutions Industria De Biocombustiveis, com sede em Lucas do Rio Verve, vem promovendo estudos para atestar a viabilidade de armazenamento de carbono sob o solo do município.


Leia mais:
BIOIND MT prevê aumento de mais de um bilhão de litros na produção de etanol

“Existem diversas industrias em outros países que já realizam esse procedimento. O estudo de viabilidade técnica e operacional é extremamente rigoroso. A FS está nesse processo, porque esse carbono não pode voltar para o ar. Então, o objetivo é estocar e reter esse carbono no solo. Por isso que a geologia de Mato Grosso possibilita isso, porque nós temos uma espécie de bolsão com uma placa sobre esse bolsão, essa placa de rocha segura esse bolsão”, explicou Lhais Sparvoli, diretora-executiva da BIOIND MT.

A técnica, conhecida popularmente como sequestro de carbono, define o processo de retirada de gás carbônico da atmosfera. Naturalmente, esse processo é realizado pelo crescimento dos vegetais por meio da fotossíntese e pela absorção do oceano e do solo.

A forma mais comum de sequestro de carbono é realizada naturalmente pelas florestas. Há alguns anos, porém, tecnologias vêm sendo desenvolvidas para trazer o CO2 atmosférico de volta a níveis seguros para o clima.

Pelo Acordo de Paris, negociado em 2015, países signatários devem se esforçar para garantir que o aumento da temperatura global não supere os 2 graus Celsius em comparação com os níveis pré-industriais – mas mantém a ambição de limitar a subida a 1,5 °C e, assim, reduzir os impactos das mudanças climáticas.

No caso do empreendimento de Lucas do Rio Verde, a técnica escolhida é a BECCS - sigla para Biomass Energy with Carbon Capture and Storage, que pode ser traduzido para o português como Sistemas de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono.

Trata-se de uma tecnologia que associa o uso de biomassa com captura e armazenamento de carbono geológico. O conceito de BECCS é derivado da integração de árvores e culturas, que extraem dióxido de carbono da atmosfera à medida que crescem, o uso desta biomassa em indústrias de processamento ou usinas de energia, e a aplicação de captura e armazenamento de carbono via Injeção de CO 2 em formações geológicas.

A grosso modo, a lógica é separar o CO2 que é produzido e enterrá-lo em uma espécie de reservatório embaixo da terra, e assim evitar que ele seja lançado na atmosfera.

Conforme explicou Lhais Sparvoli, o método que a FS pretende implantar em Mato Grosso envolve a retirada do carbono do ar através da coleta da biomassa que a empresa já produz – como sobras de colheitas e florestas, resíduos orgânicos e plantas cultivadas especificamente para esse fim - e queimá-la em uma usina para produzir bioenergia. O CO2 é então extraído do gás de exaustão da usina e armazenado no subsolo. Este método ajuda a eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que sequestra o CO2.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet