Produtores da agricultura familiar que vivem em municípios da região Noroeste de Mato Grosso estão mudando seus hábitos e buscando produzir de forma mais sustentável. São mais de 1.650 trabalhadores sendo apoiados por um grupo de 25 extensionistas da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), apoiados pelo Programa REM MT, que prestam diferentes serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) para potencializar a produção dessas propriedades.
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De acordo com assessoria do Programa REM MT, o trabalho de fortalecimento da pecuária sustentável é desenvolvido especialmente em imóveis localizados no bioma amazônico, em cidades como Juína, Juara, Juruena, Aripuanã e Nova Bandeirantes. Esses locais são conhecidos por serem fortemente marcados pela pecuária extensiva e outras atividades predatórias, como o garimpo ilegal.
Visão Global
De acordo com Felipe Carneiro, coordenador do projeto de Ater e extensionista da Empaer, a assistência procura enxergar a propriedade como um todo, fazendo um diagnóstico completo que envolve tanto a sustentabilidade do ambiente, quanto das famílias.
“O foco não é voltado apenas para a questão da produção. Quando um técnico da Empaer atua em uma propriedade, ele procura entender a realidade social daquela família: a questão da renda e como está o saneamento básico no local, por exemplo. Depois que ele faz esse mapeamento, ele tem condições de propor os melhoramentos na produção, com o foco na sustentabilidade”, ressalta Felipe.
(Foto: REM MT)
Pecuária Sustentável
O coordenador destaca ainda que o manejo correto do solo e da pastagem envolvem melhoramentos que estão amparados no tripé da pecuária moderna (a economia, o social e o meio ambiente).
“Buscamos orientar os produtores a utilizar recursos tecnológicos modernos, que permitam o aumento da produção, sem a necessidade de degradar novas áreas, fazendo assim com que a pecuária seja sustentável. Isso traz excelentes resultados na parte ambiental, com a recuperação de nascentes, encostas, matas ciliares ou Áreas de Preservação Permanente [APPs] que estão dentro das propriedades. Já a parte social do tripé diz respeito a questões, como a inclusão de idosos e mulheres nos processos produtivos desses imóveis.
No manejo do solo, por exemplo, a gente estuda as propriedades do local. Procuramos saber como anda a saúde do solo, o que é preciso para que o plantio seja eficiente. Verificamos a quantidade dos sais minerais na terra ou a necessidade de correção do ph [potencial hidrogeniônico] do solo por meio do uso do calcário, e assim por diante”, explica.
Trabalho em rede
Para realizar todo este trabalho, a Empaer conta com o apoio do Programa REM MT, que ajuda principalmente na estruturação dos trabalhos dos técnicos que lidam diretamente com os agricultores familiares, conforme explica a coordenadora do Subprograma Produção, Inovação e Mercado Sustentáveis (PIMS) do REM MT, Daniela Melo.
“Essa estruturação se dá de diferentes maneiras, como: com pagamento de diárias aos extensionistas, com o aluguel de veículos para as visitas às propriedades, além de uma série de cursos de capacitação voltados para recuperação de áreas degradadas, por exemplo”, elenca Daniela.
Sobre o REM
O Programa REM MT [Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal, do inglês, REDD para Pioneiros] é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos anos (2004-2014).
A iniciativa beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais e os povos indígenas, bem como fomentar iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta.
O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).