A energia renovável, liderada pela energia solar, representa até 80% do crescimento da geração de eletricidade na próxima década, segundo relatório publicado recentemente pela Agência Internacional de Energia. Ainda conforme a organização, é consistentemente mais barato gerar eletricidade capturando a energia do sol, do que queimando carvão ou gás natural.
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As células solares fotovoltaicas são agora uma das fontes de eletricidade mais baratas da história, graças ao desenvolvimento de tecnologias e políticas que reduziram o custo dos investimentos. Além disso, os sistemas fotovoltaicos podem ser instalados como painéis em residências ou empresas, bem como implantados em parques solares.
“Tal quadro pode ser comprovado pela crescente procura pelo serviço nos tempos atuais. A popularização das tecnologias envolvidas, assim como a clareza acerca dos benefícios de uma microusina em casa, levam cada vez mais os consumidores a optarem pela energia solar. Mato Grosso, então, tem uma alta taxa de incidência solar, o que é muito vantajoso”, comenta o engenheiro eletricista Afrânio Márcio Ferreira, de uma empresa responsável por projetos na área, a Automação Engenharia.
Para Afrânio, a pandemia fez com que as pessoas permanecessem mais tempo em casa, consumindo mais energia e refletindo sobre suas escolhas, o que impactou ainda mais na procura por projetos. “Ao passar mais tempo em casa, a conta de energia aumentou. Logo, os consumidores procuraram alternativas para diminuir o custo. Sem dúvidas, a energia solar é a mais eficiente nesse sentido. Muitas empresas também aproveitaram esse momento atípico para fazer o investimento”, pondera.
Custo-benfício
Além do impacto positivo no meio ambiente, a energia solar traz benefícios financeiros. “Sempre pergunto para a pessoa interessada: ‘no mês que vem, você vai parar de pagar a conta de energia?’. A resposta é sempre ‘não’. Contudo, o investimento em um kit de geração fotovoltaica equivale ao valor do consumo médio mensal da conta do consumidor, mas tem prazo para se parar de pagar. Essa conta, dependendo do financiamento, dura cerca de três a 5 anos, mas as placas solares duram mais de 20 anos”, esclarece Afrânio.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável, órgão intergovernamental, os custos de eletricidade de instalações solares fotovoltaicas em grande escala caíram de cerca de 38 centavos por quilowatt-hora em 2010 para uma média global de 6,8 centavos por quilowatt-hora no ano passado. Segundo Afrânio, para além disso, é importante desmistificar também a mecânica dos projetos, que são personalizados conforme as necessidades do cliente.
“O projeto começa com o envio de uma conta de luz atual do interessado para a empresa. Com isso, o cliente informa se gostaria de manter a característica de consumo ou se tem a intenção de aumentar sua média de consumo mensal, adicionando mais eletrodomésticos, por exemplo. Depois, avalia-se a possibilidade física da instalação, o local e a área de sombreamento, que vão definir as características das placas e inversores que serão utilizados. A última etapa envolve a concessionária de energia”, explica Afrânio.