Produtores de leite da região Oeste de Mato Grosso, que engloba 20 cidades que vão de Porto Esperidião a Nova Lacerda, começaram nesta segunda-feira (1) uma greve, em que o alimento não está sendo entregue para nenhum laticínio da região, por conta do preço do leite pago.
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Segundo alguns produtores, essa greve já era para ter iniciado em março, depois abril, mas foi adiada devido a pandemia. Cada laticínio chega a pagar até 90 centavos, o que é considerado muito barato, tendo em vista que em outras regiões do estado as empresas pagam até R$ 1,25 pelo litro do leite.
"Não podemos aceitar isso. Estamos pagando para trabalhar. Pagar 90 centavos é muito injusto. Como todos estavam aceitando entregar lete por esse preço, não tinha acordo. Mas agora que paramos, só vamos voltar a entregar o leite novamente se houver reajuste do preço", disse José Carlos, que faz parte do grupo Beba Mais Leite, de Conquista D'Oeste.
Ainda segundo o produtor, o que os laticínios estão fazendo é uma falta de respeito, porque eles colocam culpa na pandemia, mas o descaso com a categoria é de faz tempo.
"O produtor tem respeito ao próximo e não paralisamos mês passado por conta da pandemia. Mas os laticínios não tiveram respeito para com o produtor de leite. Desde janeiro de 2019 estamos recebendo 0,15 centavos a menos que o restante do MT e em plena Pandemia abaixaram mas 0,15. Chega, o produto é nosso vendemos e entregamos a quem quisermos e quando quisermos", comentou.
Segundo Zé Carlos, cada produtor tirou leite hoje apenas para fazer queijo ou alimentar animais, mas não para entrega nos laticínios.
A reportagem procurou o Sindicato dos Laticínios de Mato Grosso (Sindlat) e falou com o presidente da instituição, Leonir Chaves, que falou que irá buscar um entendimento com a categoria e com os produtores para tentar ajustar esse preço pago por litro de leite.
"Estamos em pandemia e distribuindo pouco para os mercados e outros locais, como restaurantes, pizzarias, lanchonetes, mercados. Agora que outros estados estão voltando ao normal. Nossa medida é São Paulo. Tem laticínio aqui que distribui pra lá. Por isso medimos por lá. Então, temos que ter um entendimento e buscar conversar com todos para ajustar isso. De fato, 90 centavos é pouco. Mas vamos ouvir os lados", disse o presidente.