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Sábado, 18 de maio de 2024

Notícias | Agronegócio

Produtores de mel do Litoral recebem certificação

Produtores de mel de Guaraqueçaba receberam certificação oficial, que permitirá a comercialização da produção. Foi o primeiro registro para o mel de abelhas nativas sem ferrão, concedido por análises laboratoriais. Até então, o produto era vendido sem certificação oficial. Esse tipo de mel é considerado medicinal, muito procurado para o tratamento das vias respiratórias.


O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIP/POA) da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) entregou o documento quarta-feira (5), para a Associação dos Criadores de Abelhas Nativas da APA (Área de Proteção Ambiental) de Guaraqueçaba (Acriapa). A abelha sem ferrão não é agressiva, tem um porte muito pequeno e faz a polinização em locais de mata nativa fechada, onde outras espécies não vão.

Como ainda não existe regulamento técnico para este tipo de mel, o SIP/POA só conseguiu efetuar o registro a partir de análises laboratoriais que comprovaram o padrão, a qualidade e a segurança do produto. “Esses produtores entram no mercado sem a preocupação de restrição aos seus produtos. Em pouco tempo só quem estiver legalizado vai conseguir se manter na atividade. Esperamos que este primeiro registro, sirva de exemplo para outros produtores envolvidos com a criação de abelhas nativas sem ferrão”, disse o gerente de inspeção de produtos do SIP/POA, Eric Messias.

PRODUÇÃO – A associação foi fundada em 2007 e conta com 19 associados de três núcleos em Guaraqueçaba e Antonina e já produziu 365 quilos de mel. A partir de agora toda a produção vai poder ser comercializada na Casa do Mel, construída em Antonina com o apoio e sob orientação da Sociedade Protetora em Vida Selvagem (SPVS). “Para conseguir o certificado, tivemos que nos adaptar às exigências do SIP/POA e às normas ambientais. Agora tem muita gente interessada em fazer parte da nossa associação”, explicou o presidente da Acriapa, Antônio Gonçalves.

A produtora Sueli Alves dos Santos foi a primeira mulher a fazer parte da associação e está na atividade desde 2003. “Agora vai ser possível mostrar o nosso trabalho, a nossa colheita, a nossa Casa do Mel”, destacou Sueli. No Paraná existem quinze Casas de Mel registradas no SIP/POA, mas esta é a primeira de abelha nativa sem ferrão.

Também participaram do evento o secretário executivo da Câmara Técnica de Abelhas Nativas, Humberto Bernardes, da Secretaria da Agricultura, e o gerente Renato Rau, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A Câmara Técnica tem insistido na legalidade e padronização dos produtos que chegam à mesa dos consumidores. “Este ato representa um marco para a meliponicultura do Paraná. Mostra que é possível produzir e comercializar mel de abelhas sem ferrão obedecendo os critérios de controle de qualidade e segurança alimentar”, destacou Rau.

ESFORÇO – O biólogo e técnico agropecuário Marcelo Bosco, um dos grandes incentivadores do projeto de meliponicultura no litoral do Paraná, é coordenador de Projetos da SPVS. Ele procurou parcerias junto a empresas privadas para tornar possível a criação da Casa do Mel. “O projeto de criação de abelhas nativas concilia o desenvolvimento comunitário com a geração de renda e a conservação da natureza. Graças ao apoio de instituições como TNC, Fundação O Boticário, Instituto HSBC e Oi Futuro foi possível repassar aos produtores os equipamentos que possibilitaram o funcionamento da Casa do Mel”.
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