O Governo do Estado anunciou que os frigoríficos já retornaram com os trabalhos de abate e começaram a escoar carnes que estavam armazenadas nesta sexta-feira (1). O setor estava parado há uma semana e causando um prejuízo de R$ 35 milhões por dia.
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Segundo o levantamento do Estado, os frigoríficos ficaram seis dias sem realizar abates.
Ao todo, 29 unidades frigoríficas paralisaram com a greve dos caminhoneiros, conforme a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Os números foram levados pelo diretor executivo da Acrimat, Luciano Vacari, ao governador Pedro Taques (PSDB) em reunião com setor ocorrida no Palácio Paiaguás na tarde desta segunda-feira (28).
Na reunião do Comitê de Crise, os empresários do setor chegaram a propor que o governo interviesse na greve para que caminhões de transporte de ração e farelo de soja fosse liberados para os confinamentos de gado.
Ainda conforme Vacari, o estado deixou de abater no período de greve, cerca de 17 mil bois, dando o prejuízo de R$ 35 milhões por dia.
“Ficamos uma semana sem abater uma cabeça de gado no estado de Mato Grosso, então são quase 17 mil bois deixando de ser abatidos todos os dias. Isso dá mais ou menos R$ 35 milhões por dia. Além disso, Mato Grosso é o maior exportador de carne do Brasil e esta carne não tem saído do estado, chegado nos portos. Existem inúmeros contratos que estão deixando de ser cumpridos por conta desta dificuldade que temos de colocar nossos produtos seja nos portos e nas prateleiras dos supermercados”, disse.
A greve dos caminhoneiros iniciou no último dia 21 e tem causado vários transtornos nos municípios de todo o país com a falta de combustível e alimentos. A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes. A categoria afirmou que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica.
O presidente Michel Temer (MDB) anunciou novas medidas para a redução no valor do diesel, em tentativa de por fim na greve dos caminhoneiros. Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel por 60 dias, além da isenção de pagamento de pedágio.
Na tarde de segunda-feira (28), o Governo do Estado anunciou o congelamento do Preço Médio Ponderado a Consumidor Final (PMPF) de Combustíveis, que irá provocar a redução em R$ 0,17 no valor do diesel em Mato Grosso, na tentativa de amenizar os problemas vividos nos últimos oito dias com a greve dos caminhoneiros. O PMPF, usado como base de cálculo para efeito de tributação do ICMS, é reajustado quinzenalmente. Com a decisão, que será tomada por meio de decreto, o indíce praticado até o dia 15 de maio volta a valer no Estado.