A primeira audiência pública que apresentou o Estudo de Impacto Ambiental e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da duplicação da Rodovia MT-251, entre as cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, aconteceu no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) na noite desta quinta-feira (25). Um dos pontos mais delicados da obra é o trecho que passa pelo Portão do Inferno, cuja alternativa mais viável seria a abertura de um túnel por dentro do Paredão.
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Na audiência, a empresa Ecoplan Engenharia apresentou o estudo que vem sendo feito desde 2010 para a duplicação do trecho com extensão de 44 quilômetros que inicia no acesso ao Manso e termina no perímetro urbano de Chapada dos Guimarães, passando por dentro do Parque Nacional. O objetivo, segundo o governo é a redução do número de acidente e fomentar ainda mais o turismo na região.
Participaram da audiência, técnico das Secretarias de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Meio Ambiente (Sema), de Turismo (Sedec), Prefeituras de Chapada dos Guimarães e Cuiabá, Agência Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (Agem), empresários e membros da sociedade civil organizada.
Segundo a empresa, o projeto da obra feito em 2010 custou R$ 232,6 milhões e tinha uma previsão de 24 meses para conclusão. Os números precisam ser atualizados. Além da duplicação foram apresentado os impactos na natureza, os cuidados com animais silvestres e as três alternativas de obras no Portão do Inferno.
Impactos
Para os engenheiros da Ecoplan, a obra trará vários impactos negativos, porém são temporários e pontuais, ocorrendo apenas nas áreas diretamente afetadas. Eles consideram que os benefícios da duplicação serão mais significativos superando os impactos negativos.
Animais
Na apresentação, a empresa citou um levantamento de 400 atropelamentos de animais no trecho por ano. O estudo também sugere a instalação de cercas-guias e túneis acompanhando as matas auxiliares em pontos mais críticos de atropelamentos para evitar que os animais atravessem as pistas.
Túnel no Portão do Inferno
Um dos pontos mais questionados da obra foi o trecho do Portão do Inferno que tem três opções, sendo: um túnel dentro do paredão, uma ponte suspensa ou a retirada de parte do paredão. Para a empresa e para os técnicos da Sema, o túnel é avaliado como a melhor opção.
“Por mais que tenhamos avaliado o túnel, apesar de ser um custo maior, seria em termos ambientais melhor, por que tem menor supressão, menor impacto em APP, não tem impacto visual ali no vale, pois não teria uma ponte, não escavaria. Este é apenas um olhar ambiental, o projeto de engenharia tem que detalhar e fazer um estudo geotécnico considerando este tipo de obra nas três situações e avaliar o que é melhor e possível fazer”, disse a coordenadora Fabiana Maraschin.
“O que lemos no estudo é que a melhor alternativa é o túnel. Isso foi o que entendemos plenamente na avaliação preliminar que a Sema fez, mas é o projeto executivo vai trazer esta afirmação. O EIA/RIMA vai ser avaliado pelo ICMbio e pela Sema e antes de emitirmos qualquer parecer, temos que estar com o parecer deles em mãos” avaliaram técnicos da Sinfra.
A discussão irá continuar na noite desta sexta-feira (26) na Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães. Após as deliberações da sociedade nas audiências públicas, a Sema dará continuidade às análises e emissão do parecer assistido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
