O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reduziu a dose da vacina contra a febre aftosa dos atuais 5ml para 2ml. A medida foi adotada no início de 2017 e conforme o ministro Blairo Maggi, a reação à vacina não oferece risco à saúde pública. Um sinal (caroço) de reação à imunização foi encontrado em carne bovina exportada para os Estados Unidos, o que culminou na suspensão dos embarques de cinco plantas frigoríficas, sendo uma em Mato Grosso.
A medida foi adotada no início deste ano e de acordo com o Ministério, deve evitar reações à vacina contra a febre aftosa. O Mapa comenta que houve um pedido formal aos laboratórios que produzem a vacina para que reduzam a dose atual de 5ml para 2ml.
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O diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa e presidente da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), Guilherme Marques, observa que o Brasil é livre da febre aftosa e que por isso não é necessário utilizar dose reforçada. Somente Mato Grosso está livre da doença há cerca de 20 anos com vacinação.
Ao ser questionado sobre um sinal (caroço) encontrado em carne bovina exportada para os Estados Unidos, nesta quarta-feira, 21 de junho, o ministro Blairo Maggi, garantiu que a reação à vacina não oferece risco à saúde pública.
No dia 16 de junho o Ministério recebeu um documento das autoridades sanitárias dos Estados Unidos, com data do dia 14, relatando foram constatada irregularidades durante reinspeção de produtos. Como o
Agro Olhar comentou recentemente, a pasta suspendeu preventivamente a certificação sanitária do o SIF (registro do Serviço de Inspeção Federal) dos frigoríficos citados pelos Estados Unidos. O Mapa ressalta, ainda, que trabalha para esclarecer os questionamentos dos Estados Unidos e fazer as correções para normalizar a situação.
A paralisação dos embarques são para plantas da JBS, Marfrig e Minerva. As unidades com embarques suspensos da Marfrig estão localizadas em Paranatinga (MT), São Gabriel (RS) e Promissão (SP). Da JBS a unidade em Campo Grande (MS) e do Minerva em Palmeiras de Goiás (GO).
Redução de custos
De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa e presidente da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), Guilherme Marques, a redução da dose da vacina contra a aftosa, também diminui os custos de logística e está em consonância com a programação de retirar totalmente a vacinação do país entre 2019 e 2023, quando o Brasil deverá ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença sem vacinação, como já acontece em Santa Catarina.
Ainda segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, outra medida relevante é a retirada do sorotipo C da vacina.
Um estudo do Centro Americano de Febre Aftosa concluiu a inexistência do vírus da febre aftosa tipo C na América do Sul, o que foi determinante para recomendação da Cosalfa de suspender a vacinação com esse sorotipo na região. A decisão foi tomada no encerramento da 44ª reunião ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), em abril deste ano.
O último foco de febre aftosa com o sorotipo C nas Américas data de 2004. “Por essa razão, bem como em função de estudo que o Brasil tem, tomamos a decisão de, no futuro, retirar o vírus C de toda vacina produzida no país”, disse o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura que é também presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas.