O prazo para os pecuaristas de Mato Grosso comunicarem a vacinação do rebanho de mamando a caducando contra a febre aftosa foi prorrogado para o dia 14 de junho, bem como a atualização do rebanho bovino. De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), o prazo foi estendido visto à lentidão no sistema informatizado do órgão. A expectativa é que nesta segunda-feira, 12 de junho, o sistema esteja funcionando normalmente.
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Conforme o Indea, é necessário que o produtor apresente a relação dos animais vacinados e a Nota Fiscal da compra da vacina no momento em que efetuar a comunicação em um dos escritórios do órgão.
Caso o produtor não comunique a vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa, ele ficará impossibilitado de emitir, por um período mínimo de 30 dias, a Guia de Trânsito Animal (GTA).
Ainda segundo o Indea, na quarta-feira, 14, encerra o prazo para atualização do saldo do rebanho, sem sofrer penalidade, conforme prevê a Lei 10.486 que dispõe sobre a Defesa Sanitária Animal no Estado de Mato Grosso, fica vedada a aplicação da sanção, no caso de declaração cadastral sobre animais vivos divergente da situação efetiva do estabelecimento rural. A partir da segunda etapa, a ser realizada em novembro deste ano, para casos de divergência será 1,50 UPF, por bovino ou bubalino.
Retirada da vacinação da aftosa
Na última semana o Indea participou da Audiência Pública realizada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, em Brasília (DF). Na ocasião foi discutido o Plano Estratégico 2017-2026, para a retirada da vacinação contra febre aftosa no Brasil.
Durante o debate, o presidente da CRA, senador Ivo Cassol, destacou que a “Sanidade animal é fundamental para dar segurança ao consumidor, para o mercado e para a economia” e ressaltou, ainda, ser necessário que o poder público se comprometa a aplicar os recursos necessários, para a implantação do Plano Estratégico.
A diretora técnica do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Daniella Soares, que participou da Audiência Pública, apresentou a estrutura do Indea e as atividades realizadas na fronteira com a Bolívia, bem como os investimentos aplicados na defesa sanitária na região fronteiriça.
“Anualmente são investidos entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões nas atividade de vigilância e fiscalização na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. São sete barreiras sanitárias funcionando 24 horas por dia”, revelou Daniella Soares.
A diretora técnica do Indea salientou ainda que com a retirada da vacinação, o trabalho do órgão de defesa mato-grossense terá outro foco. “Nosso foco se voltará para a aproximação ao produtor, com uma visão de sanitaristas. Já começamos a intensificar o trabalho de educação sanitária e fortalecemos a área de epidemiologia. Contamos com mais uma ferramenta, o Sistema de Informação Zoosanitária (SIZ), onde poderemos ter um parâmetro do trabalho de comunicação de ocorrências e tempo de atendimento”.
Os estados foram divididos em cinco blocos pecuários. Mato Grosso está inserido no Bloco IV, cuja retirada da vacinação contra a aftosa está prevista para maio de 2021. Além de Mato Grosso, o bloco é composto por Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Paraná.